Segundo Olavo, Heavy Metal emburrece

Olavo Luiz Pimentel de Carvalho é um polêmico conferencista, ensaísta e autor, atuando nas áreas do jornalismo e filosofia. É considerado um dos articulistas mais abertamente de direita do país em atividade. Leia abaixo alguns posts recentes do autor no Facebook onde ele se aventura sobre o tema "Heavy Metal".

NOTA DO EDITOR: É uma leitura definitivamente divertida. Os links para os posts originais completos (e comentários) estão no final desta nota. :-)

Alguns devotos do heavy metal AINDA não entenderam que um estilo musical que cria uma variante satânica já desde a sua origem contém essa semente em si e só pode camuflá-la depois mediante toda sorte de enxertos de outros estilos, que o enriquecem mas não o modificam retroativamente. Qualquer que seja o caso, tente concentrar-se numa prece enquanto ouve heavy metal.

A maior prova de que o heavy metal tem algum potencial emburrecedor são as analogias deslocadas e absurdas que, à menor provocação, seus cultores disparam em defesa dele, como se tocar nesse ponto ativasse algum núcleo psicótico escondido em seus cérebros. Posso repetir mil vezes a distinção entre matéria e forma, e de repente indivíduos inteligentes, que a compreenderiam de imediato se aplicada a qualquer outra coisa, se tornam incapazes de apreendê-la.

Em TODOS os exemplos de obras do gênero que eles citam para provar que o gênero é bom, a FORMA do conjunto NÃO É heavy metal, é alguma outra coisa preenchida aqui e ali com elementos heavy metal.

O estilo heavy metal definiu-se desde o início pela estridência, pela repetitividade de estímulos sensoriais irritantes e pela deformação da voz humana. Qualquer compositor pode integrar esses elementos em obras que, na forma do conjunto, superem essa fórmula, integrando-os em algo de totalmente diverso. Chamar TUDO isso de heavy metal é como chamar de "música folclórica" as Rapsódias Húngaras de Liszt.

A pergunta decisiva é: Por que defender tão bravamente o heavy metal se ninguém o atacou? Só pode ser porque a coisa mexeu em algum ponto dolorido.

É como se eu dissesse que masturbação vicia, e os punheteiros todos se sentissem ofendidos.

No esquema clássico das Artes Liberais, a música é associada a Marte, por ser uma arte do comando, uma técnica de infundir reações, impulsos e desejos sem passar pelo filtro da inteligência. Por isso é que há músicas para diferentes circunstâncias. Você não vai tocar canto gregoriano para soldados em batalha nem marchas militares para monges concentrados em oração. Rock e Heavy metal foram feitos para excitar multidões, se possível até à histeria, infundindo-lhes uma espécie de temor apocalíptico e um impulso de mergulhar no caos. Não posso dizer que, com isso, não tenham nenhuma utilidade social.

Em todos nós existe algo de metaleiro pelo simples fato de que vivemos numa época em que ninguém escapa de participar, de algum modo, do sentimento apocalíptico que está no ar.

Os posts de Olavo sobre o tema podem ser lidos e comentados nos links abaixo.

Fonte: Olavo de Carvalho: Segundo ele, o Heavy Metal emburrece [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]

Eu achei divertido mesmo

E sim, concordo que o Heavy Metal seja repetitivo, e caótico e tudo mais...mas não sou mais burro por isso também. Ou mais inteligente.

Não se entende o heavy metal sem falar da história zdo rock, mas duvido que o Olavo a conheça. 
Se me der na telha, falo superficialmente disso depois.
Mas sem defender ou atacar o gênero. 
Concordo sem ressalva que há uma atmosfera de fanatismo no meio.
Mas digo sem pestanejar que o heavy metal levou e leva muita gente a se aprofundar de verdade, para valer, mesmo, no assunto música, muito mais que qualquer outro gênero musical. E assim pode não ser tão emburrecedor.

Gosto do Olavo, da sua profundidade, do seu empenho, da extensão de seus interesses e da importância de seus conhecimentos. 
Mas digo que ele é uma mistura muito peculiar de gênio e bufão. 
Quem o admira deve saber aonde estão os dois Olavos, aprend er com um e rir do outro.

Reflexões soltas e de improviso.
Uma das melhores fontes para história do rock and roll que conheço é o documentário do Quincy Jones (Sim... o cara que foi produtor do Michael Jackson por bastante tempo) que já é um pouco antigo e vai só até nirvana, mas ainda é muito relevante. E afinal de contas quantas coisa realmente importante surgiu depois de nirvana?
O que vou dizer é mais ou menos baseado nesse documentário que assisti há muito tempo atrás e em tudo que já ouvi e li sobre o rock and roll.
O principal ponto que coloco é que o rock and roll era algo como um equivalente sociológico do funk carioca nos Estados Unidos da década 40/50. Era uma expressão artíticas oriundas das classes pobres e era carregada de conotações sexuais, mas no caso eram conotações menos explícitas e diretas do que no funk carioca. Mas se considerarmos a época em que isso surgiu pode-se dizer que o efeito era bastante semelhante ou mesmo mais escandalosas para o stablishment do que foi o surgimento do funk carioca.
E esse stablishment reagiu furiosamente a esse ritmo musical chegando a chamá-lo de criação destinada a levar as crianças brancos ao nível das negras. Mas esse ritmo fez sucesso e muito inclusive entre os jovens brancos. A grande divergência desse grupo contra o rock era porque ele era muito sexualizado para os padrões morais da época. Mesmo coisas que hoje em dia seriam consideradas “inocentes” com o rebolado do Elvis Presley foram bastante escandalosas para a época.
Outro ponto era que o rock and roll era muito barulhento. E era mesmo barulhento, mas era propositamente e orgulhosamente barulhento. Agora pense em alguém orgulhosamente barulhento. E pense em alguém que suceda essa pessoa barulhenta em alguma coisa. O que essa pessoa vai pensar? Provavelmente vai pensar “vou ser um pouquinho mais barulhento”. Agora pense na origem e na progressão do Rock and Roll. 40/50. Chuck Berry, Little Richards, Elvis Presley e outros. 50/60 Beatles, Rolling Stones, Beach Boys, Mamas and Papas e outros (Um pouco mais barulhentos). 60/70 Deep Purple, Led Zepelin, Jimmy Hendrix, Cream, Doors e outros. (Mais barulhentos ainda). Elvis chegou a criticar o Led Zepelin). 80/90. Iron Maiden, Van Halen, Sex Pistols, The Clash, Metallica, mas também Joy Division, e outros (Mais barulhento ainda.). Isso quer dizer que o projeto do rock and roll durante muito tempo foi ser cada vez mais barulhento.

Minha experiência sobre o assunto:
Eu nunca me considerei metaleiro porque nunca achei interessante essa história de achar que música deveria ser o centro da identidade de alguém e que alguém deveria pertencer ou não a algum grupo por causa disso.
Eu gostava de vários tipos de bandas de rock and roll. Por acaso uma ou outra fosse chamada de heavy metal. Mas não era nenhum fanático e nem escutava só isso.
Eu obviamente conhecia outras pessoas que curtiam rock and roll de vários tipos.
Entre as pessoas que conheci, as que mais se aprofundaram no assunto música foram as pessoas que curtiam conjuntamente ou especificamente 60/70, rock progressivo e heavy metal. Essas foram as pessoas que vieram a ouvir ou mesmo a estudar mpb, jazz, música clássica, música flamenca, chorinho e tudo o que há de mais complexo e virtuosi na música.
Por isso, sem defender ou criticar o heavy metal, penso que esse estilo não só não leva seus fã a se emburrecerem como os leva eventualmente a se tornarem mais inteligentes.

E por aí vai.
Se tiver paciência, posto mais alguma coisa.

P.S.
Não tive a pretensão de fazer nada preciso.
As cronologias e relações não devem estar perfeitas.
Se alguém quiser fazer melhor, vá em frente.

E como diz David Bowie:
Rock and Roll is a fine art

Mas o que porra é isso?

Só eu tô vendo todas as postagens do Hal em branco?

Mononoke Hime escreveu:Mas o que porra é isso?

Só eu tô vendo todas as postagens do Hal em branco?

é que demora para carregar os videos no forum auhauuh

Já vi vários estudos sobre o Heavy Metal e o efeito devastador sobre o cérebro.

Ainda espero o dia em que verei o estudo sobre o funk carioca, pagode, axé.....   

Sou apreciador de vários estilo musicais e de algumas bandas do gênero em questão, tanto que duas das minhas bandas favoritas (Black Sabbath e Deep Purple) são tidas como pilares do estilo, porém, concordo com o Hal em partes.
Já vi muita gente do estilo, ser levado pelo Heavy Metal à se aprofundar em outros gêneros musicais como o Jazz, bossa nova, música erudita e etc... (como o Hal disse), porém oque mais vejo por ai, é a turma do ''Só ouço metal'' que afirmam com veemência:"Só metal presta"... E isso, é oque eu mais tenho visto (ultimamente) nesse meio.

Imagina então alguém ouvir Heavy Metal bebendo Pepsi Cola...

Questao escreveu:

Mononoke Hime escreveu:Mas o que porra é isso?

Só eu tô vendo todas as postagens do Hal em branco?

é que demora para carregar os videos no forum auhauuh

Não carregou nenhum vídeo, tive que mudar de navegador para ver.

Samambaias evoluem com metal.  

Esse cara precisava aparecer durante a copa, então rebuscou uma grande merda pra falar. kkkk

interessante que sempre que ouço/leio críticas ao metal, elas sempre vem associadas aquele velho esteriótipo que todo mundo visualiza de um metaleiro ou ao satanismo.
isso chega a ser tão superficial que não merece ser discutido.

0009 laH xE(Ex Hal 9000) escreveu:Gosto do Olavo, da sua profundidade, do seu empenho, da extensão de seus interesses e da importância de seus conhecimentos. 
Mas digo que ele é uma mistura muito peculiar de gênio e bufão. 
Quem o admira deve saber aonde estão os dois Olavos, aprend er com um e rir do outro.

Concordo com isso cara. Considero Olavo como um guardião de uma corrente de pensamento esquecida nos dias de hoje - não que seja a mais correta, mas sim uma muito bem sedimentada. A meu ver o problema é que muitas vezes ele constrói um muro, um espaço onde todo mundo "deveria" estar.