Politicamente Correto em Excesso

Deparei-me com esse vídeo no youtube dessa turma que acompanho eventualmente.
Estaríamos vivendo uma época em que o politicamente incorreto estaria nos tornado hiperestésicos e alfenins?
A exigência de justiça estaria fazendo com que a injustiça fosse promovida a todo custo?
Não há mais espaço para a piada, o grotesco e o xingamento?

Ou será que estamos saindo de uma era em que pessoas hipoestésicas dominavam e agora deixam de dominar e se ressentem com isso?

Hoje uma amiga (baladeira) postou no facebook um link para uma crônica de uma guria que reclamava que Brasília estava matando a música, porque as pessoas estavam forçando bares e clubes a fecharem cedo. Eram os chatos que não transavam impedindo quem transava de viver.

Após alguns comentários positivos, veio a saraivada de comentários contra essa visão.

Imagine que vc trabalhe a semana toda, vai pra casa descansar sábado e domingo e é obrigado a ficar ouvindo música alta até as 3 da manhã? O direito do transante ouvir música vai até o direito do "não transante" descansar. E, convenhamos, o descanso de alguém não atrapalha ninguém, mas o barulho de um, atrapalha o outro.

Ao invés de reclamar de quem pede pra polícia fechar bares, por que não chega no dono do bar e pede pra ele instalar paredes acústicas? Não, o errado é o cara que tem uma filha de 5 meses e, nesse calor dos infernos, tem que ficar com todas as janelas fechadas porque senão o barulho impede a filha de dormir.

E você percebe que é fácil ficar do lado de quem chora dizendo "tadinho de mim, não me deixam brincar mais" quando só essa pessoa fala. Vc não vai atrás pra saber que a pessoa que não deixou ela brincar, nao deixou porque a brincadeira dela era chamar o coleguinha negro de macaco, urubu, etc...

E, por fim, qual injustica estamos falando?

Do Rafinha Bastos que, pra fazer humor, precisa atacar pessoas? Assista Chaves, Mazzaropi, assista boas comédias, filmes que não atacam ninguem e te fazem rir pra caramba. Se depois disso vc achar que só se pode fazer humor atacando outros (e, normalmente outros mais fracos), talvez realmente exista uma razão pra vc achar esse mundo ruim.

Goris escreveu:Ou será que estamos saindo de uma era em que pessoas hipoestésicas dominavam e agora deixam de dominar e se ressentem com isso?

Ótimo ponto.
Realmente, não tinha pensado por esse ângulo.
Em muitos sentidos, você pode ter razão, mas como quase tudo nesse mundo surge como algo elevado e depois se deturpa, pode haver em convivência com isso a emergência de um lado hiperestésico.
Acho com toda sinceridade que a reclamação em cima do caso dos irmão Piologo simplesmente delirante.
Penso que a piada que o Rafinha Bastos fez com a gravidez daquela senhora cujo nome prefiro não escrever por um certo receio, apesar de ser público e notório quem seja, foi de um mau gosto inominável.
Não concordo com esse tipo de coisa em absoluto.
Quem fez o comentário mais sábio sobre esse episódio foi a Silvia Poppovic num Roda Viva, salvo engano, com o Rafinha.
Ela disse que esse tipo de piada se faz em privado.
É isso mesmo.
Rafinha fez uma transposição infeliz do âmbito privado para o público.
A piada é até um tanto inócua.
O sentido dela é um elogio à beleza da senhora em questão e a afirmação indireta de que o autor da piada teria um pênis enorme.
Mas é de mau gosto sim.
Quanto a reação da senhora, deixo que cada um a julgue por si.

Mais uma das mudanças causadas pela popularização da internet.

Antigamente a comunicação ficava nas mãos de poucos. Era o apresentador de TV, era o locutor de rádio, era o cineasta, era o escritor. Do outro lado o telespectador, o ouvinte e o leitor. O público até tinha como reagir, mas eram processos demorados, complicados, até mesmo caros, limitados por sua própria natureza, como telefonar ou enviar cartas. Pouca gente tinha o hábito de fazer isso, e os que faziam não tinham tanta repercussão. Dificilmente a sessão de cartas de um jornal é tão lida quanto a coluna do jornalista de renome.

A internet diluiu uma parte do poder da comunicação e distribuiu pro público. Hoje em dia as pessoas podem reagir de maneira instantânea, e muitas vezes uma crítica repercute tanto quanto a expressão de alguém famoso que gerou a crítica, ou até mais... muita gente tá tendo dificuldade pra lidar com isso porque é algo novo, as gerações anteriores de comunicadores não tiveram que enfrentar nada parecido.

Ainda tem espaço pra piada, mas o alvo ou mesmo qualquer um que não goste da piada agora pode revidar.
Ainda tem espaço pro grotesco, mas pode gerar reações mais grotescas ainda.
Ainda tem espaço pra xingamentos, só que não existe mais imunidade, quem for xingar deve saber que pode ser xingado de volta.

Quanto ao caso do vídeo, me parece mimimi contra mimimi. O cidadão postou uma foto, foi amplamente criticado e fez vídeo reclamando disso, em vez de seguir o conselho que ele próprio dá no mesmo vídeo, de não dar atenção pra esse tipo de coisa.

O fato é que certos "modos de pensar" são tão comuns que a gente os acha certos. E quando surge um movimento contrário, o achamos normal.

Não vou comparar um nazista com um cara que faz uma piada ofensiva, mas imagine que vc nasceu e cresceu na Alemanha Nazista. Nos rádios, nos comentários dos adultos, na escola e nas brincadeiras infantis, vc vê gente comparando judeus a ratos, piolhos e outras coisas ruins. Vc simplesmente vai achar normal. Vc não vai parar pra pensar nisso. Até o dia que vc descobre que um amigo seu é judeu, ou se apaixona por uma judia e vê que nada daquilo é verdade e começa a falar pras pessoas que aquelo modo delas viverem, ofendendo e atacando judeus é errado.

No início vc vai ser encarado como o mimizento, defensor de parasitas... Até o ponto de ir contra a lei e passar a defender judeus, escondê-los em sua casa e etc.

Da mesma forma, quem é branco e cresceu ouvindo chamar negros de macacos, vai achar aquilo normal. Na verdade, vai achar até que o negro que se ofende é que está errado.

Mas claro, tem o exagero. Tem piadas que não são racismo e tem gente já achando. Tem gente achando que chamar um negro de preto ou um preto de negro é racismo (sim, já ouvi as duas coisas, gente reclamando que o chamaram de preto e dizendo que o certo é negro e gente reclamando que o chamaram de negro e o certo é preto...) mas na base, o politicamente correto não é esse monstro todo.

Infelizmente, assim como tem o radical que acha que chamar um preto de urubu não tem problema e o negro que se ofende é que está errado, vai ter o radical do outro lado que se vc disser que um negro te tratou com grosseria, vai dizer que vc é racista e que não ia ligar se fosse um branco a tratá-lo daquela forma....

Eu não sou negro, mas imagino que algumas coisas devem ser bem desagradáveis mesmo por mais que a intenção seja até inócua.
É aquela história.
Bondade não é só ausência de más intenções assim como não é só a presença de boas intenções.
Bondade é também discernimento, prudência e conhecimento.
Acredito que pessoas possam dizer coisas horríveis sem nem perceber que o dizem é detestável até que alguém lhes aponte.
Isso significa que alguém tem que apontar o que deve ser apontado.
Significa também que haverá momentos em que esse apontamento será aceito sem reservas assim como haverá momentos em que esse apontamento encontrará resistência por parte de mecanismos de defesa do ego (eu) como racionalizações, projeções, auto-engano e outros.
Mas isso tem certamente um outro lado da moeda.
Há momentos em que pode ocorrer de haver apontamento derivado de percepção equivocada, delirante, ou mesmo apontamento fraudulento proposital.
Esse tipo de operação é tão ou mais opressor que aquilo que pretende combater, logo é inaceitavelmente incoerente.

Olhar ao mesmo tempo em que se olha o olhar.
Maluquice?

Se alguem fizer algo parecido nesses tempos de politicamente correto a a produçaõ tem que ter no minimo uns 10 advogados e dos bons assistam 3:07-4:15 minutos
RSRSRSRSRS

Koppe escreveu:Ainda tem espaço pra xingamentos, só que não existe mais imunidade, quem for xingar deve saber que pode ser xingado de volta.

Alguns anos assistir um video -pena que naum lembrar o nome do cabra- ele xingava a torto e a direito + ele contava uma historia aburda e em determinados momentos ele soltava uma rajada de palavro~es que no caso 'se encaixava' no que ele contava
RSRSRSRSRS

Olha, eu até concordo que as coisas estão mudando e gosto disso estar acontecendo, mas existem problematizações forçadas demais, acho que há um certo exagero em alguns casos, um bom exemplo é aquela justiçada com as fotos de bebês vestidos de policiais em que foram duramente criticados/condenados.

ediv_diVad escreveu:Olha, eu até concordo que as coisas estão mudando e gosto disso estar acontecendo, mas existem problematizações forçadas demais, acho que há um certo exagero em alguns casos, um bom exemplo é aquela justiçada com as fotos de bebês vestidos de policiais em que foram duramente criticados/condenados.

O que achei mais engraçado nessa história é que se as crianças estivessem vestidas de Flash (que é um policial na identidade secreta), Lanterna Verde (que é um policial cósmico) ou mesmo de Juiz Dredd (um policial, juiz e carrasco ultraviolento) não ia ter essa polêmica toda.

ediv_diVad escreveu:Olha, eu até concordo que as coisas estão mudando e gosto disso estar acontecendo, mas existem problematizações forçadas demais, acho que há um certo exagero em alguns casos, um bom exemplo é aquela justiçada com as fotos de bebês vestidos de policiais em que foram duramente criticados/condenados.

A mesma imprensa que condenou essa foto que eu naum vi nada de + eh a mesma imprensa que deu um premio a uma revista que na capa tinha um garoto de vestido

Ediv, algumas problematizações forçadas existem em qualquer lugar.

Não é ser de esquerda, ter preocupações sociais que torna alguém chato, é começar a colocar tudo como esquerda, colocar que basta o cara abrir uma quitanda e já vira um capitalista opressor, colocar que basta alguém ser pobre que pode fazer qualquer merda que a culpa é da sociedade e não da pessoa... Enfim, basta isso pra ser chato.

Não é ser feminista. Mulheres ainda tem um tratamento diferenciado na sociedade e lutar contra isso é certo. Mas aí já começam a falar que todo homem é um estuprador em potencial, desejar que homens sejam estuprados ou dizer "deixem os islâmicos nos estuprarem, não precisamos de sua ajuda machista (*)" que torna algumas feministas chatas.

Não é ser vegano. O veganismo é quando a pessoa deixa de comer produtos de origem animal porque se importa com o sofrimento dos animais. Acho bonito. Mas o chato é quando o vegano começa a achar que por sua atitude ética ele é melhor que você. O chato é quando ele só fica falando de veganismo, ou começa a te atacar por vc comer carne.


Do mesmo modo, o politicamente correto em si não é algo negativo, tem bandeiras que eu, pessoalmente, acho válidas. Ninguém perde um dedo ao tratar outras pessoas com educação e respeito. Ninguém morre se não puder chamar um negro de crioulo ou se não puder colocar em som alto narrando uma relação sexual de forma bem chula num bairro residencial, com crianças do lado.

Infelizmente, assim como a melhor dos ideais, tem chatos, tem escrotos, tem ultra-radicais e tem gente que distorce o objetivo todo da coisa. Algumas vezes, sem nenhuma relação com o ideal, como o cara que simplesmente é sem noção e começa a citar feminismo, veganismo, esquerdismo e polticamente correto pra justificar ele fazer ou pregar sua agenda pessoal.

Politicamente correto não é vc achar que um bebê vestido de policial é um problema. O problema é que um grupo que tem uma agenda (no caso, anti-policiais) usou o politicamente correto pra esconder sua verdadeira intenção ou histeria anti-policial.

Podecrer, Goris! Penso parecido.

Por isso acho uma merda esse negócio de SER de direita, SER de esquerda. É como seguir uma manada com blocos de pensamento pré-definidos, onde nunca há espaço para alguma ideia um pouco divergente.

Olha pessoal... não sou o maior pensador daqui, mas uma coisa eu sei.

O certo éo certo e o errado éo errado...

então quem esta certo nunca estará errado...
e quem esta errado nunca estará certo...

viu é fácil... então bora parar de MIMIMI!

Hua hua hua
Acho que é bem por aí.

Publicado em 08/02/16 21:56 Atualizado em 08/02/16 22:31

Fantasia de família em bloco causa polêmica e pai se justifica


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Samanta Vicentini


Uma cena de carnaval teve milhares de compartilhamentos e gerou revolta e discussão nas redes sociais nesta segunda-feira. Nela, um casal de jovens aparece fantasiado de Aladdin e Jasmine, com o filho nos ombros vestido de Abu, o macaco de estimação e um dos melhores amigos do personagem.
Entre os comentários, internautas mostraram-se indignados com a fantasia da criança e acusaram os responsáveis pelo menino de racismo. “Palhaçada! Se eu vejo uma coisa dessas o barraco já estaria armado!”, “Estou chocada! Os racistas estão cada dia pior!”, “Absurdo!”, dizem alguns deles. Em uma das primeiras publicações contrárias à escolha do figurino, feita pelo usuário Pedro Lucas, o pai da criança se apresentou e entrou em defesa da família.
Fernando Bustamante, que é artista de teatro e aparece fantasiado de Aladdin nas imagens, pediu desculpas aos que se sentiram ofendidos e disse que os três formam uma família muito feliz. Eles são moradores de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e as fotos foram feitas durante um bloco na cidade, neste domingo.

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“Pessoal, eu sou Fernando Bustamante, sou o pai do Mateus (o menino da foto) e fiquei realmente desapontado com a postagem do Pedro Lucas. Sou artista, de teatro, e sempre acreditei na diversidade, na igualdade entre as pessoas. Luto por isso e aplico isso na minha vida pessoal e profissional. Sou casado e o Mateus é o meu primeiro filho (já estamos novamente na fila da adoção porque ele está ansioso por um irmãozinho do coração). Gostaria de pedir desculpas para aqueles que sentiram ofendidos com a nossa fantasia. Jamais foi a nossa intenção. Peço que leiam a postagem do meu amigo Joubert Oliveira, que é testemunha da minha trajetória como artista e pai. Somos uma família muito feliz e me sinto cada vez mais humano compartilhando a vida com o pequeno Mateus. Hoje ele desfilou de Pequeno Príncipe e vou aproveitar uma frase desse personagem para expressar o meu sentimento ao ver essa postagem nesse fim de tarde : "Só se vê de verdade com o coração... o essencial é invisível aos olhos!" Muitos podem ver um macaco na fantasia de ontem. Eu vejo o melhor amigo do Aladdin, que vai conhecer o Mundo Ideal com ele e a Jasmine. Sem preconceitos e com muito, mas muito amor. Viva a diversidade!”

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Mais tarde, em seu perfil no Facebook, Fernando reforçou a defesa, e se disse muito surpreso com a repercussão da fantasia.

"Amigos de facebook... jamais imaginava tamanha repercussão diante das fantasias escolhidas para o Carnaval ontem. Peço que compartilhem a mensagem a seguir em todas as páginas que publicaram uma mensagem tão descontextualizada da realidade. Realmente o meu filho Mateus vai me ensinar muito como nos blindarmos do preconceito na cabeça das pessoas. ‪#‎ummundoideal‬"

O EXTRA entrou em contato com Fernando e até o momento não obteve resposta.

Fonte: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]


09/02/16 13:05 Atualizado em 09/02/16 17:14

Pai acusado de racismo se diz surpreso com repercussão de foto na internet: ‘Foi ingenuidade da minha parte’

Bruno Dias Barbosa

Foram dois anos de espera até a chegada de Mateus. Diferentemente de uma gestação comum, o primeiro filho de Fernando Bustamante e sua mulher, Cynthia, veio através de um longo processo de adoção. O menino tinha apenas três meses quando encontrou aqueles que viriam a ser os seus pais. Hoje, aos 2 anos, é uma criança que gosta de desenhos e se envolve no universo lúdico dos pais, que trabalham com teatro infantil. Neste carnaval, a família resolveu se fantasiar para curtir a folia. Os personagens do filme Aladim serviram de inspiração. Fernando virou o próprio menino do tapete voador, a mulher se tornou Jasmine e o filho veio caracterizado como o fiel amigo de Aladim, o macaco Abu. Mateus, filho de Fernando e Cintia, é negro. A imagem da família se divertindo no carnaval caiu nas redes sociais e os pais da criança foram acusados de racismo.
— Foi ingenuidade da minha parte. No mundo ideal, a gente não teria que ter ressalva em escolher uma fantasia para o nosso filho. Fui muito idealista, talvez tenha que ser mais realista. O Abu é o melhor amigo do Aladim, o confidente e companheiro dele. O Mateus é isso para mim. A escolha foi por isso e não por ser um macaco. Poderia ser qualquer animal, um pássaro... Não pensamos em outra coisa. A fantasia fazia parte do acervo do nosso trabalho — justifica Fernando, que ficou surpreso com a repercussão da foto: — A minha preocupação agora é com a nossa integridade física e mental. Tenho recebido muitas mensagens de ódio. Foram duas mil mensagens ao todo, entre apoio e crítica. A foto da internet é descontextualizada.

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A reportagem do Extra conversou com Fernando pelo telefone. Mateus estava dormindo. Mais cedo, ele tinha ido para a piscina com os pais.
— A nossa rotina segue normal. Tem que seguir por ele. Para o Mateus, nada está acontecendo. Antes mesmo dessa história acontecer, a gente já tinha decidido passar os próximos dias em casa. Vai ser assim. Vamos ficar descansado o resto do feriado — diz Fernando, que tenta elaborar a acusação de racismo que recebeu nas redes sociais: — Quando a gente adota uma criança como o Mateus, que é negro, a gente se blinda para o racismos dos outros. Todas as vezes em que eu fico sozinho com ele, sempre vai ter alguém perguntando se ele é adotado. Você se prepara para essas situações e para os olhares tortos dos outros. Nunca nos imaginamos sendo acusados de racistas. Mateus é nosso filho. Passamos por um processo longo para adotá-lo, processo esse que é importante, porque é algo que envolve o amor por uma criança.
Apesar do susto, Fernando afirma que tenta entender as críticas:
— Tento, de verdade, entender o outro lado. Recebi mensagens de amigos meus negros me falando que essa era uma oportunidade para eu pensar o outro lado, a questão histórica, que é preciso ter certo cuidado. Eu fiz a escolha de ser o pai do Mateus e, por ele, vou ter que encarar esse mundo realista.

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A família ainda não sabe se vai tomar alguma medida legal sobre o caso.
— Não sabemos como lidar ainda. Não temos ideia de como é juridicamente falando. Por enquanto, não vamos fazer nada. Não deu para pensar nisso. A nossa vida é voltada para o Mateus, para as coisas dele. A ideia é manter a nossa rotina de forma normal.
No último aniversário, a família escolheu como tema "O pequeno príncipe", do francês Antoine de Saint-Exupéry. Mateus era o personagem-título.
— Ele é o nosso príncipe — diz Fernando.

Fonte: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]


Talvez nem seja pertinente categorizar esse caso da mesma forma que foi categorizado o caso dos irmãos Piologo.
Até queria fazer um tópico só para ele, mas acabei por resolver manter nesse tópico por uma certa continuidade de assuntos.
E aí, foi racismo ou não?
Suponhamos que seja assentado que seja.
Esse episódio merece reação enérgica ou mesmo virulenta?
O contexto do episódio é nitidamente carinhoso.
É muito diferente de outros que se vê por aí.
Pode-se até caracterizar o episódio como racista, mas existe uma diferença de intenção nítida.
O contexto e as relações interpessoais envolvidas sempre devem ser consideradas.
É muito diferente uma sujeito chamar a um amigo de "filho da puta" e chamar a um desafeto com a mesma expressão.
Não quero dizer que não se possa argumentar que não houve racismo só porque não houve intenção de ofensa, mas certamente o tipo de intenção deve sim diferenciar ocorrências racistas de diferentes modos.
Bondade não é só boa intenção, é também prudência, conhecimento e discernimento.
Alguns modos de reação podem ser mais o produz de formas sociais de pensamento que de escolha consciente.
Isso quer dizer que nesse caso talvez não haja mimimi, mas talvez haja uma reação exagerada.
O que vocês pensam?
Aceito mudar meu ponto de vista caso alguém puder me convencer do contrário.

Acho que o pai do moleque falou tudo na postagem.

Mas é triste ver gente querendo prender o cara, chamar conselho tutelar pra tirar o filho, processá-lo... parece coisa de ficção distópica.

Claro que alguém pode dizer que eu sou branco e não posso opinar sobre o assunto... afinal, “só pode falar quem tem vivência”. Tão tá...

Inclusive aquela porra de APROPRIAÇÃO CULTURAL também acho chata pra caralho.

Eu não sei que mundo os justiceiros sociais radicais acham que tão mudando.

Vejam bem que não estou dizendo que não deve haver justiça social, mas da forma que está sendo colocado, vai mais queimar o filme do que ter algum resultado útil.

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Me lembrou as ovelhas de Orwell: "NEGRO BOM, BRANCO RUIM!"

Um artigo sobre o tema:

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vamos enxergar a situação de outro ponto de vista?

o menino assistiu alladin e ele gostou do personagem do macaquinho.
crianças curtem animais e esse tipo de personagem existe para agradar este público;
chega o carnaval e o menino quer sair da macaquinho do alladin, não o alladin. os pais vão sair de papai e mamãe macaquinho? claro que não, nada a ver. eles saem de alladin e jasmine.
quem está de fora, imagina "porra, o moleque é o macaco" mas ninguém pensou "o garoto tá curtindo ser o macaquinho do alladin".

provavelmente não foi isso que aconteceu de verdade. devo ter viajado na imaginação. mas imaginem também:

sou racista, mas vou adotar uma criança negra. sabe qual o motivo?
pra eu sair no carnaval com minha esposa de alladin e jasmine e vestir a criança de macaco!

faz sentido?

Em meu ver não faz sentido nenhum um racista adotar uma criança negra. Quem é racista mesmo não gosta de tocar e nem chegar perto.

Me parece que, com a ideia de que "tudo é racismo", denunciar o que é racismo de verdade acaba fazendo tal denúncia perder força.

Altos cânceres neste tópico.

Gostaria de me manisfestar sobre um ponto para deixar bem claro o que penso a respeito dele.
Não aprovo a atitude desse pai.
Achei-a de mau gosto.
Mas é nítido que ele não fez isso por maldade e sim por uma certa inconsequência e ingenuidade.
Também é nítido que a família envolvida nesse caso é amorosa e harmoniosa.
Por isso, penso que muita da reação a esse episódio é exagerada.
Provocar o conselho tutelar a afastar o menino dos pais?
Dizer uma coisas dessas chegar a ser um tanto desumano.
...
Um branco não pode opinar sobre esses assuntos? Como assim?
Não existe capacidade de empatia, de imaginação, de se colocar no lugar do outro e por aí afora?
...
O que você está chamando de câncer, Jamm?
Diga-o explicitamente se você julgar que com isso não lhe advirá nenhum tipo de situação adversa seja legal ou seja qualquer outra.
Dê-nos a oportunidade de saber coisas que não saberíamos de outro modo.

É, foi ingênuo, pois não pensou que ia deixar muita gente indignada.

Ele pode ter feito uma má escolha, mas dizer que foi um ato racista, eu particularmente acho um exagero. "Vamos fantasiar meu filho negro de macaco, hahahaha, todo mundo vai achar engraçado" - não consigo imaginar que tenha sido isso de forma alguma (posso estar enganado, mas que racista ia adotar o garoto?).

Lembrando que teve fantasia de Pequeno Príncipe também, entre outros:

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