Nenhum movimento político deveria crescer sem nenhuma oposição

Nenhum movimento político deveria crescer sem nenhuma oposição.
Por que?
Algumas razões apresentadas em forma de aforismos preliminares podem ser aduzidas a esse pensamento em constituição.

É muito mais comum que pessoas reclamem democracia que a concedam de livre e espontânea vontade.
Sentimentos passionais quase sempre obnubilam o juízo ou parte dele.

Poucas coisas existem que são mais capazes de despertar sentimentos passionais que movimentos políticos.

Pessoas participantes de um grupo dificilmente julgam com imparcialidade e serenidade participantes de grupos opositores.

Grupos políticos não sopesam suas ideias.

Nenhum grupo político detém toda verdade assim como todo engano.

Se há alguma razão nesses aforismos, algumas consequências podem ser extraídas dele.
Um grupo político que cresça em demasia sem oposição tenderá quase que infalivelmente a se tornar delirante e arbitrário pelo menos em parte na medida em que cada vez mais pessoas forem se incorporando a ele e novas ideias forem surgindo.
Por isso, nenhum grupo político deveria crescer sem oposição.

Acho que em parte a própria natureza humana dificulta que algo assim aconteça.

Enquanto tem um inimigo relevante a tendência é o grupo se unir e seus membros se apoiarem, deixando as diferenças de lado.

Na falta de um inimigo, essas diferenças crescem em importância e acabam surgindo dissidências dentro do próprio movimento, com facções começando a brigar entre si e fazendo o próprio movimento perder a força.

Eu concordo com o texto.

Só vejo um agravante que até foi citado:

Pessoas participantes de um grupo dificilmente julgam com imparcialidade e serenidade participantes de grupos opositores.

Pelo que noto, existe uma polarização muito grande (muitas vezes chegando ao extremismo e confirmando a teoria da ferradura), que faz com que boa parte dos torcedores políticos se abracem em suas opiniões e crenças, fazendo-os se oporem automaticamente a um político. "O cara se volta mais à esquerda e eu me posiciono à direita? Ele só pode estar errado." E vice-versa.

"Privatização? Claro que sim, sou de direita."
"Desarmamento? Claro que sim, sou de esquerda."

São apenas alguns dos temas em que o posicionamento político traz apenas certezas, mas que sendo analisados mais profundamente, provavelmente irão nos trazer muitos poréns e nuances que vão muito além do SIM ou do NÃO.

Claro que existem pessoas que utilizam o bom senso ou até a neutralidade ideológica para avaliar um político e suas ações (o Gilberto Dimenstein é um desses), mas me parece que o que poderíamos chamar de massa se guia apenas pelas opiniões robotizadas e dicotomizadas citadas acima.

Então são os esquerdistas pendendo mais à defesa de um Estado forte e os direitistas defendendo um livre mercado, Estado mínimo e todos os reducionismos que estamos acostumados a ver. Seria a realidade prática tão simples assim? Quer dizer, há esperança pro povo entre o Estado e as Corporações? Em meu ver, o que ambos os "lados" defendem têm a tendência de fechar cada vez mais o cerco ao cidadão comum.

Então eu vejo como ideal haver mais de uma oposição, no mínimo uma terceira que se oporia também à "primeira oposição". Porque se for pra ficar como acontece nos EUA, "republicanos x democratas" (que me parecem ter poucas diferenças substanciais e são no fim mais ideológicas), essa democracia é uma farsa.

PS: Entendo pouco de política, adoraria ser corrigido onde eu errei em algo (ou em tudo).

Argumentos que eu vejo os torcedores utilizando e que me tiram a esperança de qualquer debate entre os "politizados":

"Olha, um socialista utilizando um iPhone" ou "comendo no mc donalds"... "QUE ABSURDO!"

ou

"Olha, um capitalista empregado" ou "sem capital"... "QUE ABSURDO!"

Posso até estar enganado, mas me parece uma cagação de regras extremamente lamentável.

Hmmm.
Curti o tema...

Como eu sou um semi-radical, por hora vou apenas observar a discussão, mas até agora concordo com tudo que todos disseram.