Onde os Fracos Não Têm Vez - 2007

Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country For Old Men)
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Informações do Filme
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Nome do Filme: Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country For Old Men)
País: EUA
Ano de Produção: 2007
Direção: Ethan Coen, Joel Coen
Roteiro: Ethan Coen, Joel Coen, Cormac McCarthy (romance)
Gênero: Suspense/Thriller/Drama
Produção: Ethan Coen, Joel Coen, Scott Rudin
Fotografia: Roger Deakins
Sinopse: Llewelyn Moss encontra uma picape com vários homens mortos, uma carga de heroína e dois milhões de dólares dentro. Ao ficar com o dinheiro para si, inicia-se uma cadeia de violência que nem o desiludido xerife Bell pode conter.

Elenco:

Tommy Lee Jones .. Ed Tom Bell
Javier Bardem .. Anton Chigurh
Josh Brolin .. Llewelyn Moss
Woody Harrelson .. Carson Wells
Kelly Macdonald .. Carla Jean Moss
Garret Dillahunt .. Wendell
Tess Harper .. Loretta Bell
Barry Corbin .. Ellis

Trailer:

Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country For Old Men)

Donos de uma singularidade inquestionável, os irmãos Coen nos entregam uma produção extremamente peculiar, e por conseguinte, essa marca registrada nos induz a mais um filme espetacular. Escrever sobre um longa-metragem já é uma tarefa difícil, entretanto, quando o filme analisado é dos irmãos Coen, o desafio toma proporções maiores, porque, entender as ligações e simbologias implícitas no roteiro, e até mesmo a forma no qual o mesmo é conduzido, é um páreo muito duro de vencer. Mesclando de forma gloriosa o drama e o suspense, os diretores nos presenteiam com um filme que traz consigo, experiências únicas para o espectador, oscilando da frustração à comoção. Mais uma vez, uma produção que faz o público refletir após o seu término, não se restringindo apenas à explosões, assassinatos e perseguições. Em outras palavras, "Onde os Fracos Não Têm Vez" é Coen puro.

Cada filme chama atenção por determinado aspecto em especial, mas este, nos atrai por inúmeros. A premissa consiste numa reação em cadeia, partindo de um ponto inicial: a descoberta de um crime no oeste do Texas, onde um ex-combatente da guerra do Vietnã, encontra uma série de corpos, uma caminhonete com carregamento pesado de drogas e uma mala com 2 milhões de dólares. Como foi dito anteriormente, esses vestígios desse episódio do narcotráfico malsucedido, é marcado por uma reação em cadeia, envolvendo o próprio ex-soldado (Josh Brolin), um psicopata totalmente insano, brilhantemente interpretado pelo espanhol Javier Bardem, e um xerife (Tommy Lee Jones) que não consegue compreender as proporções que a criminalidade se encontra no momento, ao comparar com os últimos anos. Uma premissa muito bem explorada, que consegue alternar o predomínio dos gêneros, o suspense e o drama, com total eficiência.

Um trabalho prodigioso realizado em cima dos personagens. No entanto, o que corrobora para essa ascendência no quesíto, são as atuações que se mostram o grande toque especial da produção. Javier Bardem molda um assassino frio, calculista, de poucas palavras, totalmente insensível ao sentimento alheio. A retórica do personagem, por mais escassa que seja, demonstra a sua insensatez a partir dos seus diálogos especialmente trabalhados pelos irmãos, a fim de expressar diversos sentimentos em uma mesma fala. Já o personagem do Tommy Lee Jones, representa o ideal da mudança de acordo com o meio. Os diretores conseguem desviar a atenção do público focada no ritmo alucinado das perseguições, para o confronto psicológico que este personagem vive. Um drama real que retrata o avanço da criminalidade numa terra onde a autoridade, principalmente, caso não esteja disposta a apostar a alma no ofício, não terá chance alguma. O título do filme resume a obra por inteiro, e ao término, o espectador nota como a experiência de quase duas horas, pode ser resumida em seis palavras, de forma bem elaborada: Onde os Fracos Não Têm Vez

O roteiro, premiado no Oscar de 2008, demonstra a qualidade dos irmãos Coen numa adaptação. Seu desenvolvimento é ímpar e muito bem conduzido. Mais uma vez, o desfecho pode ser incompreendido por muitos, mas os diálogos são primordiais para o entendimento do mesmo. As metáforas ressaltam as mudanças do que era e do que é a criminalidade. Algo que tomou proporções incabíveis, e que representa o pensamento ideológico do personagem do Tommy Lee Jones. Impossível não assemelhar essa técnica com os diretores. Algumas sequências de cenas têm um visual belíssimo, mediante à uma fotografia salientada por um plano de fundo miraculoso, dando destaque para os primeiros minutos. As tomadas diurnas e noturnas enriquecem a atmosfera do filme. O jogo de luz é muito bem explorado no filme, principalmente por acrescentar, nas cenas de suspense, um toque claustrofóbico. Juntar um personagem cruel que por si só já transforma o clima em algo de caráter pesado, e adicionar boas técnicas para aprimorar as sequências, é ter a faca e o queijo na mão.

Por fim, é notório o trabalho dos irmãos Coen, em explorar os dois gêneros e fazer com que cada um receba um desenvolvimento pleno e satisfatório. O dilema presente na introdução do filme, é trabalhado até o último minuto. Uma obra que não se restringe somente ao que o gênero oferece. "Onde os Fracos Não Têm Vez" vai além do que é premeditado pelo espectador. É com mais um grande trabalho, que os diretores expõem seus modos de fazer cinema e enchem os olhos dos amantes da sétima arte, de esperança. Esperança de ter profissionais que deixem de encarar o cinema de forma comercial. Além do mais, no mundo do cinema, enquanto houver grandes nomes, os fracos não terão vez.

Nota: 9,5

A ausência da trilha sonora compõe o clima do filme, sem a tensão que ela provoca nos outros filmes torna as cenas muito reais.
O inesperado é realmente uma surpresa, sem premeditação.
Adoro esse filme.

Lyra escreveu:A ausência da trilha sonora compõe o clima do filme, sem a tenção que ela provoca nos outros filmes torna as cenas muito reais.
O inesperado é realmente uma surpresa, sem premeditação.
Adoro esse filme.

Muito bem observado.
Sempre costumo ressaltar que a trilha sonora cria uma atmosfera fantástica, que somente ela consegue realizar. No entanto, neste filme dos Coen, nem isso foi necessário.

Genial. Junto de There Will be Blood, são filmes que beiram a perfeição, com um roteiro mais redondo, bem calculado e bem escrito do que outro. Além de toda a parte estética de cada um, que só os Coen/PTA seriam capazes de proporcionar.
O personagem do Bardem é fantástico (e toda sua moral extremamente duvidosa), e sua atuação é melhor ainda, aqueles olhares mortos que nunca mudam. Nem tem muito o que falar sobre ele sem cair no óbvio, por isso quero destacar o do Brolin, que acaba sendo meio que subestimado, ele é o típico Herói da cultura americana, o cara humilde, religioso, que luta pelo seu país (Vietnã), e que acaba sendo "agradaciado" por Deus na forma de uma maleta recheada de dólares, mas que devido aos seus erros, acaba caindo em uma situação totalmente fora de seu controle, com a tragédia caminhando ao seu lado. É uma típica história americana, quase (ou) um western, mas contada da melhor forma possível.
E o título original sendo "esclarecido" no final é lindão. Eu já falei, entreguem todo o dinheiro que os Coen's pedirem que o resultado final NÃO TEM como ser ruim.


Espero que ninguém venha com aquele papo de "É só um filme sobre um cara bizarro atrás de uma mala", isso é deprimente. risos

Shadows V. escreveu:Genial. Junto de There Will be Blood, são filmes que beiram a perfeição, com um roteiro mais redondo, bem calculado e bem escrito do que outro. Além de toda a parte estética de cada um, que só os Coen/PTA seriam capazes de proporcionar.
O personagem do Bardem é fantástico (e toda sua moral extremamente duvidosa), e sua atuação é melhor ainda, aqueles olhares mortos que nunca mudam. Nem tem muito o que falar sobre ele sem cair no óbvio, por isso quero destacar o do Brolin, que acaba sendo meio que subestimado, ele é o típico Herói da cultura americana, o cara humilde, religioso, que luta pelo seu país (Vietnã), e que acaba sendo "agradaciado" por Deus na forma de uma maleta recheada de dólares, mas que devido aos seus erros, acaba caindo em uma situação totalmente fora de seu controle, com a tragédia caminhando ao seu lado. É uma típica história americana, quase (ou) um western, mas contada da melhor forma possível.
E o título original sendo "esclarecido" no final é lindão. Eu já falei, entreguem todo o dinheiro que os Coen's pedirem que o resultado final NÃO TEM como ser ruim.


Espero que ninguém venha com aquele papo de "É só um filme sobre um cara bizarro atrás de uma mala", isso é deprimente. risos

Os Coen têm um perfeccionismo miraculoso na formação dos personagens, vide "Um Homem Sério" e o próprio "Onde os Fracos Não Têm Vez". Tudo é muito bem planejado e eles sempre exploram além do que a imagem mostra. Os diálogos sempre são fundamentais para o entendimento, vide o prelúdio do filme. Diretores que não precisam usar artimanhas comerciais para atrair o público e fazer com que eles saiam do cinema com um ar de satisfação.
Técnicamente impecável.

Merecidos os prêmios da acadêmia......................

Rafael Pimenta escreveu:Merecidos os prêmios da acadêmia......................

E só não conseguiu mais estatuetas, porque a área sonora de "O Ultimato Bourne" estava eminente.
E claro, a fotografia não poderia ter outro dono, se não fosse "Sangue Negro".

Esse filme ficou muito bom apesar de terminar de forma um pouco brusca, sem a reflexão do xerife, algo que acontece no romance, refletindo sobre um velho xerife que está perseguindo um assassino mais novo que ele. Só uma retificação: o título original traduzido no brasil, o romance, é Onde os velhos não tem vez.

ADOLFO FROTA escreveu:Esse filme ficou muito bom apesar de terminar de forma um pouco brusca, sem a reflexão do xerife, algo que acontece no romance, refletindo sobre um velho xerife que está perseguindo um assassino mais novo que ele. Só uma retificação: o título original traduzido no brasil, o romance, é Onde os velhos não tem vez.

Adolfo, sobre é o desfecho, é típico dos irmãos Coen.
Eles induzem o espectador a interpretar o final. As metáforas e principalmente o diálogo do começo, explica totalmente o desfecho. Obrigado pela informação, já leu o romance?

Li sim. Faço doutorado sobre Cormac McCarthy, não com esse livro (que tecnicamente não é o melhor dele), mas com uma trilogia chamado Border Trilogy.

ADOLFO FROTA escreveu:Li sim. Faço doutorado sobre Cormac McCarthy, não com esse livro (que tecnicamente não é o melhor dele), mas com uma trilogia chamado Border Trilogy.

Que surpresa agradável.
Pretendo ler o livro novamente. Vou começar a procurar os livros do Cormac, então.

luccasf escreveu:

ADOLFO FROTA escreveu:Li sim. Faço doutorado sobre Cormac McCarthy, não com esse livro (que tecnicamente não é o melhor dele), mas com uma trilogia chamado Border Trilogy.

Que surpresa agradável.
Pretendo ler o livro novamente. Vou começar a procurar os livros do Cormac, então.

Não sei se vc leu A estrada, o último dele publicado em 2007. Tem O meridiano sangrento, que fala sobre a guerra de cowboys mercenários contra índios e mexicanos, na fronteira com o Texas, dizem q virará filme pelas mãos de Ridley Scott, tem A trilogia da fronteira, com Todos os belos cavalos, A estrada e Cidades da Planície (meus prediletos). São romances de formação de dois cowboys que vão para o México em busca de uma vida próxima ao do cowboy tradicional, do século XIX, mas eles descobrem que a necessidade de reviver um mito não coaduna com o tempo histórico e, por isso, passam por diversas situações conflitantes em que descobrem o mundo nada hospitaleiro, um mundo hostil e inóspito. Vale a pena. Há profundas reflexões sobre o ser cultural (cowboy), sobre companheirismo (entre cowboys), sobre o amor, amizade, ecologia. É bem completo.
Junto com Onde os velhos não têm vez, são os únicos romances traduzidos.

Vale a pena conferir.

Fantástico este filme.

ADOLFO FROTA escreveu:

luccasf escreveu:

ADOLFO FROTA escreveu:Li sim. Faço doutorado sobre Cormac McCarthy, não com esse livro (que tecnicamente não é o melhor dele), mas com uma trilogia chamado Border Trilogy.

Que surpresa agradável.
Pretendo ler o livro novamente. Vou começar a procurar os livros do Cormac, então.

Não sei se vc leu A estrada, o último dele publicado em 2007. Tem O meridiano sangrento, que fala sobre a guerra de cowboys mercenários contra índios e mexicanos, na fronteira com o Texas, dizem q virará filme pelas mãos de Ridley Scott, tem A trilogia da fronteira, com Todos os belos cavalos, A estrada e Cidades da Planície (meus prediletos). São romances de formação de dois cowboys que vão para o México em busca de uma vida próxima ao do cowboy tradicional, do século XIX, mas eles descobrem que a necessidade de reviver um mito não coaduna com o tempo histórico e, por isso, passam por diversas situações conflitantes em que descobrem o mundo nada hospitaleiro, um mundo hostil e inóspito. Vale a pena. Há profundas reflexões sobre o ser cultural (cowboy), sobre companheirismo (entre cowboys), sobre o amor, amizade, ecologia. É bem completo.
Junto com Onde os velhos não têm vez, são os únicos romances traduzidos.

Vale a pena conferir.

Ótimo. Muito obrigado pelas informações, vou pesquisar sobre estes.
Aproveitando que terminei de ler alguns textos do Saramago e do Euclides da Cunha e claro, por estar de férias, tenho mais tempo para tudo. Vou procurar e depois, por MP, vou te noticiando sobre o que achei. Abraço.

luccasf escreveu:

ADOLFO FROTA escreveu:

luccasf escreveu:

Que surpresa agradável.
Pretendo ler o livro novamente. Vou começar a procurar os livros do Cormac, então.

Não sei se vc leu A estrada, o último dele publicado em 2007. Tem O meridiano sangrento, que fala sobre a guerra de cowboys mercenários contra índios e mexicanos, na fronteira com o Texas, dizem q virará filme pelas mãos de Ridley Scott, tem A trilogia da fronteira, com Todos os belos cavalos, A estrada e Cidades da Planície (meus prediletos). São romances de formação de dois cowboys que vão para o México em busca de uma vida próxima ao do cowboy tradicional, do século XIX, mas eles descobrem que a necessidade de reviver um mito não coaduna com o tempo histórico e, por isso, passam por diversas situações conflitantes em que descobrem o mundo nada hospitaleiro, um mundo hostil e inóspito. Vale a pena. Há profundas reflexões sobre o ser cultural (cowboy), sobre companheirismo (entre cowboys), sobre o amor, amizade, ecologia. É bem completo.
Junto com Onde os velhos não têm vez, são os únicos romances traduzidos.

Vale a pena conferir.

Ótimo. Muito obrigado pelas informações, vou pesquisar sobre estes.
Aproveitando que terminei de ler alguns textos do Saramago e do Euclides da Cunha e claro, por estar de férias, tenho mais tempo para tudo. Vou procurar e depois, por MP, vou te noticiando sobre o que achei. Abraço.

Ok. Suas leituras são mt complexas!!! Dois cânones mas também dois desafios!!!
Vc vai gostar do estilo leve, descritivo e até poético de McCarthy.

ADOLFO FROTA escreveu:

luccasf escreveu:

ADOLFO FROTA escreveu:

Não sei se vc leu A estrada, o último dele publicado em 2007. Tem O meridiano sangrento, que fala sobre a guerra de cowboys mercenários contra índios e mexicanos, na fronteira com o Texas, dizem q virará filme pelas mãos de Ridley Scott, tem A trilogia da fronteira, com Todos os belos cavalos, A estrada e Cidades da Planície (meus prediletos). São romances de formação de dois cowboys que vão para o México em busca de uma vida próxima ao do cowboy tradicional, do século XIX, mas eles descobrem que a necessidade de reviver um mito não coaduna com o tempo histórico e, por isso, passam por diversas situações conflitantes em que descobrem o mundo nada hospitaleiro, um mundo hostil e inóspito. Vale a pena. Há profundas reflexões sobre o ser cultural (cowboy), sobre companheirismo (entre cowboys), sobre o amor, amizade, ecologia. É bem completo.
Junto com Onde os velhos não têm vez, são os únicos romances traduzidos.

Vale a pena conferir.

Ótimo. Muito obrigado pelas informações, vou pesquisar sobre estes.
Aproveitando que terminei de ler alguns textos do Saramago e do Euclides da Cunha e claro, por estar de férias, tenho mais tempo para tudo. Vou procurar e depois, por MP, vou te noticiando sobre o que achei. Abraço.

Ok. Suas leituras são mt complexas!!! Dois cânones mas também dois desafios!!!
Vc vai gostar do estilo leve, descritivo e até poético de McCarthy.

Sou apaixonado por ambos, mesmo com essa complexidade do Euclides, principalmente.
Bom saber então. É bom poder dar uma descontraída nas férias e claro, com qualidade, rs.

Sobre o título, acredito que "Onde os fracos não tem vez" perde boa parte do sentido do filme. Onde os Velhos não tem vez se encaixa bem melhor com a proposta.

Quanto ao filme em si, é o melhor dos Coen na minha opinião, talvez atras de Fargo... é brilhante e desolador. Um ponto interessante são as mortes, que até certo ponto da película são exibidas em detalhes, e depois deixam de ser mostradas, como que dizendo ao espectador que não é mais necessário aquele impacto.

Eu achei muito merecido os prêmios, ainda que ache um absurdo o Tomy Lee Jones não ter sido reconhecido por esse papel, ele está brilhante e conduz o final de maneira soberba. Nunca esqueço quando vi pela 1ª vez no cinema. O filme terminou daquela maneira abrupta e todo mundo no cinema começou a reclamar em voz alta, apenas eu permaneci sentado, em estado de choque, sem entender a qualidade do que eu estava vendo. Tanto que tive que ir em outra exibição para poder absorver tudo o que o filme tinha a oferecer. Sem dúvida uma experiência única!

arthurskywalker escreveu:Sobre o título, acredito que "Onde os fracos não tem vez" perde boa parte do sentido do filme. Onde os Velhos não tem vez se encaixa bem melhor com a proposta.

Quanto ao filme em si, é o melhor dos Coen na minha opinião, talvez atras de Fargo... é brilhante e desolador. Um ponto interessante são as mortes, que até certo ponto da película são exibidas em detalhes, e depois deixam de ser mostradas, como que dizendo ao espectador que não é mais necessário aquele impacto.

Eu achei muito merecido os prêmios, ainda que ache um absurdo o Tomy Lee Jones não ter sido reconhecido por esse papel, ele está brilhante e conduz o final de maneira soberba. Nunca esqueço quando vi pela 1ª vez no cinema. O filme terminou daquela maneira abrupta e todo mundo no cinema começou a reclamar em voz alta, apenas eu permaneci sentado, em estado de choque, sem entender a qualidade do que eu estava vendo. Tanto que tive que ir em outra exibição para poder absorver tudo o que o filme tinha a oferecer. Sem dúvida uma experiência única!

Eu vejo que faz sentido ser "fracos", porque, por mais que a palavra "velhos" faça sentido, ambas significam a mesma coisa no filme. Então, creio que ficou mais interessante. Lembrando que o título em português de portugal é "Onde os Velhos não Têm Vez".
Só não levaram o prêmio de melhor fotografia, porque "Sangue Negro" estava espetacular.

Fodástico!

Eu acredito que velhos é melhor pela dimensão dramática da história, se pensarmos nas reflexões do xerife em todo intervalo de capítulo, sobre o problema do old age. Isso não fica muito evidente no filme, mas há um momento em que podemos ver a decadência humana quando chega à mentirosa "melhor idade", quando o xerife visita o pai naquele lugar imundo e desolado. O xerife começa a reconhecer que já não está mais "apto" para o seu papel dentro do romance e filme, o de ser xerife, etc. Naquele ambiente inóspito, os velhos, de fato, não têm vez.

ADOLFO FROTA escreveu:Eu acredito que velhos é melhor pela dimensão dramática da história, se pensarmos nas reflexões do xerife em todo intervalo de capítulo, sobre o problema do old age. Isso não fica muito evidente no filme, mas há um momento em que podemos ver a decadência humana quando chega à mentirosa "melhor idade", quando o xerife visita o pai naquele lugar imundo e desolado. O xerife começa a reconhecer que já não está mais "apto" para o seu papel dentro do romance e filme, o de ser xerife, etc. Naquele ambiente inóspito, os velhos, de fato, não têm vez.

Eu ainda acho que ambos fazem sentido, mas fica mais claro com "velhos". Afinal de contas, a premissa dos diretores, é de abordar a mudança da criminalidade com o tempo, ou seja, as pessoas velhas estão inconformadas com essa realidade, que por conseguinte, era diferente de antigamente.

Talvez mais do que inconformadas com a nova realidade, não estão aptas a viver e interagir com o novo contexto. São velhos problemas mas configurados de forma diferente.

ADOLFO FROTA escreveu:Talvez mais do que inconformadas com a nova realidade, não estão aptas a viver e interagir com o novo contexto. São velhos problemas mas configurados de forma diferente.

Mas é exatamente isso.
As mudanças propiciaram tudo isso. De qualquer forma, achei brilhante essa abordagem dos Coen, principalmente pelo filme ter uma boa dosagem de gêneros e ainda assim, trazer significado.

luccasf escreveu:

ADOLFO FROTA escreveu:Talvez mais do que inconformadas com a nova realidade, não estão aptas a viver e interagir com o novo contexto. São velhos problemas mas configurados de forma diferente.

Mas é exatamente isso.
As mudanças propiciaram tudo isso. De qualquer forma, achei brilhante essa abordagem dos Coen, principalmente pelo filme ter uma boa dosagem de gêneros e ainda assim, trazer significado.

De qualquer forma, é um belo filme. Vc sabe se há ainda alguma possibilidade de A estrada concorrer ao próximo Oscar?