Persépolis - A história em quadrinhos
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Persépolis - A história em quadrinhos
Persépolis é a história de Marjane Satrapi, uma iraniana que viu seu país ser virado do avesso a partir de 1979, com a revolução islâmica. Em questão de meses o Irã entrou numa onda de conservadorismo e repressão que fez o país se fechar para o resto do mundo e empurrou-o, em muitos aspectos, de volta à Idade Média.
Para Marji, a Marjane Satrapi de 10 anos, isto significou ir para uma escola diferente, onde ela não poderia mais aprender francês (uma ameaça aos valores da revolução) e meninos ficavam separados das meninas. Como toda mulher, ela também foi obrigada a usar o véu. Imagine gente na TV dizendo "o cabelo das mulheres contém raios que excitam os homens; elas devem escondê-lo!" Andar com jaqueta jeans e tênis pelas ruas, como numa das histórias do volume 2, levou Marji a um interrogatório de uma patrulha de senhoras pró-revolução.
Mas isso é detalhe perto do que acontece no resto do país. Os pais de Marji, intelectuais liberais com alguns vínculos com o governo anterior, começam a perder amigos, que misteriosamente desaparecem. Vizinhos e parentes fogem enquanto podem (o país fecha suas fronteiras em 1981). Com o início da guerra contra o Iraque, em 1980, uma bomba pode repentinamente cair no seu bairro. O terror e a falta de perspectiva tomam conta.
Satrapi começou a publicar suas memórias na França em 2002. Persépolis saiu originalmente, lá e aqui, em 4 volumes: os dois primeiros sobre a infância e pré-adolescência de Marji, o terceiro sobre seu exílio na Europa (os pais acreditam que ela terá uma educação melhor fora do país) e o quarto sobre seu retorno ao Irã para cursar a universidade. O material foi recentemente reunido no Brasil pela Companhia das Letras em uma edição única.
A autora ainda tem outros álbuns publicados lá fora, como o elogiadíssimo Poulet aux Prunes (Frango com Passas), também com toques autobiográficos - e que a Companhia das Letras também tem planos de publicar.
Em meio a toda tristeza da situação do Irã, a biografia de Satrapi é forte ao revelar o que é ser um civil no meio de uma revolução, de uma transformação cultural violenta e de uma guerra. Um boneco que não pode fazer nada, sujeito aos desígnios de governantes, que parecem insanos. Mas, no clima de terror e incerteza do país, Marji e sua família ainda encontram tempo para rir. São estes momentos, de humor no meio do caos (às vezes um tanto nervoso), que tornam Persépolis imperdível.
fonte:http://omelete.uol.com.br/quadrinhos/persepolis-a-historia-em-quadrinhos/
Acabei de ler, e é muito bom, encontrei até um scan feito pelo SR. papaia celestial, apesar que estou com o livro aqui. Recomendo, e aos mais manteigas derretidas como eu, recomendo leitura com cuidado, pois chorei rios no ônibus, não tenho vergonha, mas as pessoas olharam!XD
Para Marji, a Marjane Satrapi de 10 anos, isto significou ir para uma escola diferente, onde ela não poderia mais aprender francês (uma ameaça aos valores da revolução) e meninos ficavam separados das meninas. Como toda mulher, ela também foi obrigada a usar o véu. Imagine gente na TV dizendo "o cabelo das mulheres contém raios que excitam os homens; elas devem escondê-lo!" Andar com jaqueta jeans e tênis pelas ruas, como numa das histórias do volume 2, levou Marji a um interrogatório de uma patrulha de senhoras pró-revolução.
Mas isso é detalhe perto do que acontece no resto do país. Os pais de Marji, intelectuais liberais com alguns vínculos com o governo anterior, começam a perder amigos, que misteriosamente desaparecem. Vizinhos e parentes fogem enquanto podem (o país fecha suas fronteiras em 1981). Com o início da guerra contra o Iraque, em 1980, uma bomba pode repentinamente cair no seu bairro. O terror e a falta de perspectiva tomam conta.
Satrapi começou a publicar suas memórias na França em 2002. Persépolis saiu originalmente, lá e aqui, em 4 volumes: os dois primeiros sobre a infância e pré-adolescência de Marji, o terceiro sobre seu exílio na Europa (os pais acreditam que ela terá uma educação melhor fora do país) e o quarto sobre seu retorno ao Irã para cursar a universidade. O material foi recentemente reunido no Brasil pela Companhia das Letras em uma edição única.
A autora ainda tem outros álbuns publicados lá fora, como o elogiadíssimo Poulet aux Prunes (Frango com Passas), também com toques autobiográficos - e que a Companhia das Letras também tem planos de publicar.
Em meio a toda tristeza da situação do Irã, a biografia de Satrapi é forte ao revelar o que é ser um civil no meio de uma revolução, de uma transformação cultural violenta e de uma guerra. Um boneco que não pode fazer nada, sujeito aos desígnios de governantes, que parecem insanos. Mas, no clima de terror e incerteza do país, Marji e sua família ainda encontram tempo para rir. São estes momentos, de humor no meio do caos (às vezes um tanto nervoso), que tornam Persépolis imperdível.
fonte:http://omelete.uol.com.br/quadrinhos/persepolis-a-historia-em-quadrinhos/
Acabei de ler, e é muito bom, encontrei até um scan feito pelo SR. papaia celestial, apesar que estou com o livro aqui. Recomendo, e aos mais manteigas derretidas como eu, recomendo leitura com cuidado, pois chorei rios no ônibus, não tenho vergonha, mas as pessoas olharam!XD
Convidado- Convidado
Re: Persépolis - A história em quadrinhos
o mais foda que foi uma revolução popular,por isso tenho medo as vezes quando os rebeldes vencem pode dar merda
eu conhecia um pouco da historia dela mas não sabia que tinha hqs vou dar uma olhada,fabiola ja leu mauz?
eu conhecia um pouco da historia dela mas não sabia que tinha hqs vou dar uma olhada,fabiola ja leu mauz?
_________________
www.anovatocadocoelho.blogspot.com
"Seu verdadeiro lar está dentro do seu coração e continua com você onde quer que você vá; mas um lugar legal e aconchegante é um motivo maravilhoso para voltar para casa!"
-J.R.R.Tolkien
Re: Persépolis - A história em quadrinhos
Marji esta na minha lista de exemplos de vida
RSRSRSRSRS
RSRSRSRSRS
Nika Hagen- Farrista das mil e uma noites
- Mensagens : 1037
Data de inscrição : 13/07/2010
Re: Persépolis - A história em quadrinhos
Questao escreveu:o mais foda que foi uma revolução popular,por isso tenho medo as vezes quando os rebeldes vencem pode dar merda
eu conhecia um pouco da historia dela mas não sabia que tinha hqs vou dar uma olhada,fabiola ja leu mauz?
hum não quero começar uma guerra aqui, mas os rebeldes eram fundamentalistas, usaram a religião como forma de controle, isso deu merda mesmo. Acho que no final "esquerda" ou "direita" é so um motivo p chegar ao poder, lá tudo vira a força.
Mauz? não nunca li, fala sobre o q?
Convidado- Convidado
Re: Persépolis - A história em quadrinhos
um escritor de quadrinhos decide contar a vida de seu pai em uma hq ao inves de colocar pessoas reais ele coloca os ratos como judeus (sendo ele judeu) os gatos como alemães,os cães como os americanos e assim por diante
A segunda guerra mundial, um dos tantos marcos cruéis na história da humanidade, rende, até hoje, estudos, livros, ensaios e filmagens. Porém, um dos mais marcantes e verdadeiros relatos do que aconteceu em meio à tragédia que teve início na Alemanha foi apresentado ao mundo na forma de uma história em quadrinhos. Maus, de Art Spiegelman, publicado no Brasil pela Editora Brasiliense, em duas partes (formato livro), nos traz um impressionante relato da trajetória de um Judeu em meio à guerra.
O judeu em questão é o pai do autor, que é apresentado na história já como uma pessoa de idade, narrando ao filho sua passagem pela guerra. Portanto, o livro é baseado em fatos reais, um relato detalhado, minucioso até, que nos apresenta tudo em detalhes, inclusive a personalidade das pessoas envolvidas, principalmente do protagonista, mesquinho, avarento e racista, embora inteligente, perspicaz, dotado de uma intuição fantástica e, principalmente, de muita, muita sorte.
Em Maus, mais que os desenhos, o que salta aos olhos é o roteiro. Os personagens são muito bem caracterizados, têm vida própria, pulsante. É difícil permanecer indiferente à leitura desta obra. A crueldade dos fatos é gritante, machuca, incomoda. A qualidade com que o autor associa texto e imagens é tal, que é impossível não imaginar na própria pele a dor, a angústia, o medo e o terror impostos pelos nazistas.
A caracterização dos personagens é um capítulo à parte. Os judeus são retratados como ratos, os alemães como gatos, os americanos como cachorros e os poloneses como porcos. Isso não diminui a grandeza da obra. Pelo contrário! Aumenta ainda mais, pois, além da originalidade, torna a leitura ainda mais fluente. Outro mérito é o humor, muitas vezes ácido e corrosivo, mas sempre inteligente.
Os personagens secundários, alguns com passagens relâmpagos pela história, são marcantes. São diversos fatos ocorridos ao redor do protagonista, em toda sua caminhada no decorrer da guerra. Homens, mulheres, velhos, jovens e crianças, todos jogados a um destino incerto e quase sempre terrível, tentando, de todas as maneiras, possíveis e impossíveis, buscar a sobrevivência através da esperança, uma esperança vã, que não resiste à certeza dos fatos. E a única certeza, para as vitimas dessa guerra, era a morte.
A segunda guerra mundial, um dos tantos marcos cruéis na história da humanidade, rende, até hoje, estudos, livros, ensaios e filmagens. Porém, um dos mais marcantes e verdadeiros relatos do que aconteceu em meio à tragédia que teve início na Alemanha foi apresentado ao mundo na forma de uma história em quadrinhos. Maus, de Art Spiegelman, publicado no Brasil pela Editora Brasiliense, em duas partes (formato livro), nos traz um impressionante relato da trajetória de um Judeu em meio à guerra.
O judeu em questão é o pai do autor, que é apresentado na história já como uma pessoa de idade, narrando ao filho sua passagem pela guerra. Portanto, o livro é baseado em fatos reais, um relato detalhado, minucioso até, que nos apresenta tudo em detalhes, inclusive a personalidade das pessoas envolvidas, principalmente do protagonista, mesquinho, avarento e racista, embora inteligente, perspicaz, dotado de uma intuição fantástica e, principalmente, de muita, muita sorte.
Em Maus, mais que os desenhos, o que salta aos olhos é o roteiro. Os personagens são muito bem caracterizados, têm vida própria, pulsante. É difícil permanecer indiferente à leitura desta obra. A crueldade dos fatos é gritante, machuca, incomoda. A qualidade com que o autor associa texto e imagens é tal, que é impossível não imaginar na própria pele a dor, a angústia, o medo e o terror impostos pelos nazistas.
A caracterização dos personagens é um capítulo à parte. Os judeus são retratados como ratos, os alemães como gatos, os americanos como cachorros e os poloneses como porcos. Isso não diminui a grandeza da obra. Pelo contrário! Aumenta ainda mais, pois, além da originalidade, torna a leitura ainda mais fluente. Outro mérito é o humor, muitas vezes ácido e corrosivo, mas sempre inteligente.
Os personagens secundários, alguns com passagens relâmpagos pela história, são marcantes. São diversos fatos ocorridos ao redor do protagonista, em toda sua caminhada no decorrer da guerra. Homens, mulheres, velhos, jovens e crianças, todos jogados a um destino incerto e quase sempre terrível, tentando, de todas as maneiras, possíveis e impossíveis, buscar a sobrevivência através da esperança, uma esperança vã, que não resiste à certeza dos fatos. E a única certeza, para as vitimas dessa guerra, era a morte.
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"Seu verdadeiro lar está dentro do seu coração e continua com você onde quer que você vá; mas um lugar legal e aconchegante é um motivo maravilhoso para voltar para casa!"
-J.R.R.Tolkien
Re: Persépolis - A história em quadrinhos
Gostei desse maus.
Brainiac- Farrista ninguém me alcança
- Mensagens : 15575
Data de inscrição : 29/11/2010
Idade : 35
Localização : Planeta Colu
Re: Persépolis - A história em quadrinhos
Recomendo que leiam p seus filhos
Nika Hagen- Farrista das mil e uma noites
- Mensagens : 1037
Data de inscrição : 13/07/2010
Re: Persépolis - A história em quadrinhos
Maus é bom demais, tenho em scan, se alguem quiser me diz aí.
Persépolis ainda nao vi a animação, mas ta na lista de espera desde o lançamento...
Persépolis ainda nao vi a animação, mas ta na lista de espera desde o lançamento...
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ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
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