Quadrinhos de um futuro possível
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Quadrinhos de um futuro possível
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TRADUÇÃO LIVRE:
*1o QUADRINHO: "Acho que estar aqui com você, abraçadinha, aquecida e segura, é o melhor rpesente que eu poderia pedir."
*2o QUADRINHO: "Eu acho que o melhor presente são esses óculos de realidade virtual."
(Não sei quem é o autor da tira. Se alguém souber, por favor me avise.)
TRADUÇÃO LIVRE:
*1o QUADRINHO: "Acho que estar aqui com você, abraçadinha, aquecida e segura, é o melhor rpesente que eu poderia pedir."
*2o QUADRINHO: "Eu acho que o melhor presente são esses óculos de realidade virtual."
(Não sei quem é o autor da tira. Se alguém souber, por favor me avise.)
zkrk- Farrista desafio aceito!
- Mensagens : 3093
Data de inscrição : 01/07/2010
Re: Quadrinhos de um futuro possível
Essa tira é assustadora.
Achei-a realmente perturbadora porque uma das características do mundo atual, aquele que alguns no meio acadêmico classificam como "pós-moderno" e amplamente marcado pela sociedade de espetáculo, consumismo extremo e capitalismo financeiro, é que o virtual (ou seja, algo a priori não-real) está se tornando mais real que o real.
O virtual se tornando mais "real" que a realidade, e paralelamente mais importante, explica em parte o sucesso colossal de redes sociais (Facebook, Orkut, etc) e jogos de realidade artificial (Second Life,etc) e é algo ao mesmo tempo alimentado e que alimenta o individualismo e egoísmo característicos da sociedade do capitalismo neoliberal e financeiro.
Ao mesmo tempo existe aquela questão do esvaziamento da importância do espaço público, da participação política e da atuação como cidadão ativo, que colabora para as pessoas buscarem uma falsa realização (porém agradável) em uma realidade falsa e controlável. Conforme foi triunfando o posicionamento conservador de "o mundo é assim e você não pode mudá-lo", da transformação do termo utopia em algo pejorativo, tal posicionamento de fuga para um mundo artificial que se torna "mais real que o próprio real" se intensifica.
Achei-a realmente perturbadora porque uma das características do mundo atual, aquele que alguns no meio acadêmico classificam como "pós-moderno" e amplamente marcado pela sociedade de espetáculo, consumismo extremo e capitalismo financeiro, é que o virtual (ou seja, algo a priori não-real) está se tornando mais real que o real.
O virtual se tornando mais "real" que a realidade, e paralelamente mais importante, explica em parte o sucesso colossal de redes sociais (Facebook, Orkut, etc) e jogos de realidade artificial (Second Life,etc) e é algo ao mesmo tempo alimentado e que alimenta o individualismo e egoísmo característicos da sociedade do capitalismo neoliberal e financeiro.
Ao mesmo tempo existe aquela questão do esvaziamento da importância do espaço público, da participação política e da atuação como cidadão ativo, que colabora para as pessoas buscarem uma falsa realização (porém agradável) em uma realidade falsa e controlável. Conforme foi triunfando o posicionamento conservador de "o mundo é assim e você não pode mudá-lo", da transformação do termo utopia em algo pejorativo, tal posicionamento de fuga para um mundo artificial que se torna "mais real que o próprio real" se intensifica.
zkrk- Farrista desafio aceito!
- Mensagens : 3093
Data de inscrição : 01/07/2010
Re: Quadrinhos de um futuro possível
O futuro é (n)das máquinas... perfil, pensamento, alma... tudo digitalizado.
Pessoas com menos problemas e mais felizes, na segurança de um mundo criado exclusivamente para o seu bem-estar.
Mas não critique essa onda, alguém pode dizer que você está sendo contra o progresso, geração de renda e empregos. Ou pior, contra as maravilhas de um futuro perfeito!
Pessoas com menos problemas e mais felizes, na segurança de um mundo criado exclusivamente para o seu bem-estar.
Mas não critique essa onda, alguém pode dizer que você está sendo contra o progresso, geração de renda e empregos. Ou pior, contra as maravilhas de um futuro perfeito!
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Quadrinhos de um futuro possível
ediv_diVad escreveu:O futuro é (n)das máquinas... perfil, pensamento, alma... tudo digitalizado.
Pessoas com menos problemas e mais felizes, na segurança de um mundo criado exclusivamente para o seu bem-estar.
Mas não critique essa onda, alguém pode dizer que você está sendo contra o progresso, geração de renda e empregos. Ou pior, contra as maravilhas de um futuro perfeito!
Um admirável mundo novo...
zkrk- Farrista desafio aceito!
- Mensagens : 3093
Data de inscrição : 01/07/2010
Re: Quadrinhos de um futuro possível
Esse "possível" no tópico da ideia pode dar a ideia de que "um dia será possível", mas na real no presente isso já é possível, na atualidade é isso que vem fazendo os mobÁiles, tablets e outros treconotrônicos fantásticos, as maravilhas do mundo moderno, esse mergulho nos próprios sonhos que foi muito bem representado na terceira parte desse filme: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
No final do séc. XIX, Julio Verne fazia ficções extraordinarias de humanos na lua ou voando ao redor do mundo, aquilo era extraordinário pra época, imagino com clareza o dia em que ficções como Inception, Matrix, Ghost in the Machine, Strange Days (Estranhos Prazeres), Cáprica (série) e tantos outros sejam parte da nossa vida real.
Essa ideia de que um gadget pode nos fornecer a possibilidade de sairmos de nossa realidade e vivermos uma ilusão ou um sonho mental, um simulacro formado no nosso cérebro diretamente ou quem sabe projetado em forma de imagens em movimento, a comparação com Narciso e seu reflexo na água é inevitável, o gadget refletindo o perfil de seu usuário, este mergulho no universo eletronico/digital é na real um mergulho dentro dele mesmo, ou "dentro do próprio reflexo":
As pessoas já estão entrando e se isolando em seus universos, os Facebookianos Fulltime estão aí, resta agora essa limitação da tela se tornar o ambiente, uma sala ou quarto por exemplo, isso foi muito bem representado na Coreia futurista desse filme recente "A Viagem" com o Tom Hanks. É tudo questão de limites tecnológicos apenas e de fazer as pessoas adquirirem essa necessidade de conectar. Se a pessoa puder ganhar seu dinheiro e descansar online então, daí fica perfeito!
E o mais interessante: as pessoas estão QUERENDO E PRECISANDO deste mundo, porque obviamente obrigar alguém a fazer algo é coisa das ditaduras do passado. Hoje somos livres. O que é melhor, enfrentar a realidade analógica ou viver em algo mais condizente com o seu perfil e desejos e com muito menos perigo?
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"Nada como uma carne BEM saborosa..."
By Cypher, em Matrix
- Spoiler:
- quando os personagens se alienam nos gadgets que exibem todos os seus sonhos em forma de vídeos.
No final do séc. XIX, Julio Verne fazia ficções extraordinarias de humanos na lua ou voando ao redor do mundo, aquilo era extraordinário pra época, imagino com clareza o dia em que ficções como Inception, Matrix, Ghost in the Machine, Strange Days (Estranhos Prazeres), Cáprica (série) e tantos outros sejam parte da nossa vida real.
Essa ideia de que um gadget pode nos fornecer a possibilidade de sairmos de nossa realidade e vivermos uma ilusão ou um sonho mental, um simulacro formado no nosso cérebro diretamente ou quem sabe projetado em forma de imagens em movimento, a comparação com Narciso e seu reflexo na água é inevitável, o gadget refletindo o perfil de seu usuário, este mergulho no universo eletronico/digital é na real um mergulho dentro dele mesmo, ou "dentro do próprio reflexo":
Do capítulo "O amante de gadgets - Narciso como Narcose" do livro: "Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem" de Marshall McLuhan (dá pra ler online >> aqui <<).O mito grego de Narciso está diretamente ligado a um fato da experiência humana, como a própria palavra Narciso indica. Ela vem da palavra grega narcosis, entorpecimento. O jovem Narciso tomou seu próprio reflexo na água por outra pessoa. A extensão de si mesmo pelo espelho embotou suas percepções até que ele se tornou o servomecanismo de sua própria imagem prolongada ou repetida. A ninfa Eco tentou conquistar seu amor por meio de fragmentos de sua própria fala, mas em vão. Ele estava sonado. Havia-se adaptado à extensão de si mesmo e tornara-se um sistema fechado.
O que importa neste mito é o fato de que os homens logo se tornam fascinados por qualquer extensão de si mesmas em qualquer material que não seja o deles próprios. Tem havido cínicos que insistem em que os homens se apaixonam profundamente por mulheres que reflitam sua própria imagem. Seja como for, a sabedoria do mito de Narciso de nenhum modo indica que ele se tenha enamorado de algo que ele tenha considerado como sua própria pessoa. É claro que seus sentimentos a respeito da imagem refletida teriam sido bem diferentes, soubesse ele que se tratava de uma extensão ou repetição de si mesmo. E não deixa de ser um sintoma bastante significativo das tendências de nossa cultura marcadamente tecnológica e narcótica o fato de havermos interpretado a história de Narciso como um caso de auto-amor e como se ele tivesse imaginado que a imagem refletida fosse a sua própria!
Fisiologicamente, sobram razões para que uma extensão de nós mesmos nos mergulhe num estado de entorpecimento. Pesquisas médicas, como as de Hans Selye e Adolphe Jonas sustentam que todas as extensões de nós mesmos, na doença ou na saúde, não são senão tentativas de manter o equilíbrio. Encaram essa extensão como “auto-amputação” e acham que o dispositivo da estratégia ou da força auto-amputativa é acionado pelo organismo toda vez que a energia perceptiva não consegue localizar ou evitar a causa da irritação. Na linguagem corrente, possuímos várias expressões que se referem a essa auto-amputação que nos é imposta pelas mais variadas pressões. Entre elas: “Não caber em si de contente”, “Estar fora de si”, “Estar baratinado”, “Nem piscou”, “Falta-lhe um parafuso”, “Ficar possesso”. E muitas vezes criamos situações artificiais que imitam as irritações e pressões da vida real, sob condições controladas (esporte e jogo).
As pessoas já estão entrando e se isolando em seus universos, os Facebookianos Fulltime estão aí, resta agora essa limitação da tela se tornar o ambiente, uma sala ou quarto por exemplo, isso foi muito bem representado na Coreia futurista desse filme recente "A Viagem" com o Tom Hanks. É tudo questão de limites tecnológicos apenas e de fazer as pessoas adquirirem essa necessidade de conectar. Se a pessoa puder ganhar seu dinheiro e descansar online então, daí fica perfeito!
E o mais interessante: as pessoas estão QUERENDO E PRECISANDO deste mundo, porque obviamente obrigar alguém a fazer algo é coisa das ditaduras do passado. Hoje somos livres. O que é melhor, enfrentar a realidade analógica ou viver em algo mais condizente com o seu perfil e desejos e com muito menos perigo?
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"Nada como uma carne BEM saborosa..."
By Cypher, em Matrix
Última edição por ediv_diVad em Seg Jan 21, 2013 10:11 pm, editado 1 vez(es)
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
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Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Quadrinhos de um futuro possível
A frase do Cypher:
I know this steak doesn’t exist. I know that when I put it in my mouth, the Matrix is telling my brain that it is juicy and delicious. After nine years, you know what I realize? [Takes a bite of steak] Ignorance is bliss.
Eu sei que este bife não existe. Eu sei que quando eu colocá-lo na minha boca, a Matrix está dizendo ao meu cérebro que ele é suculento e delicioso. Depois de nove anos, sabe o que eu percebo? (pega um pedaço do bife) A ignorância é uma benção.
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
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