Uso de bermuda pode cassar vereador de Pitangueiras

Uso de bermuda pode cassar vereador de Pitangueiras
O uso de bermuda dentro da Câmara de Pitangueiras pode gerar até a cassação do presidente do Legislativo Sílvio Ferracin Fernandes (PV), por suposta quebra de decoro parlamentar. Ele já foi afastado da função, também acusado de usar indevidamente o carro oficial. Uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) foi aberta para apurar o caso.

A denúncia foi registrada na segunda-feira por um motorista da prefeitura que prestava serviços à Câmara. Ele apontou também que o parlamentar usava chinelos no prédio do Legislativo.

Sílvio, que é professor de educação física, confirma o uso da bermuda, mas afirma que a usava fora do horário de funcionamento da Câmara, o que não entraria em desacordo com o regimento interno do Legislativo.

“Tenho uma academia ao lado da Câmara e às vezes tenho que ir lá durante o dia assinar papéis”, diz. Quanto ao uso de chinelo, ele nega

Na terça-feira, durante a sessão ordinária, dos 13 vereadores, nove votaram a favor do afastamento do presidente. Ele diz que há perseguição a mando do prefeito João Batista de Andrade (PSDB).

Procurado pela reportagem do A Cidade, o prefeito apenas afirmou estar “por fora do assunto”. “Não me envolvo com a Câmara e não quero opinar”, informou.

Sílvio diz que os problemas começaram após denúncias levadas ao Legislativo. “Em fevereiro, eu e o vice Carlito Nunes Barroso [PSDB, também afastado] trouxemos para a sessão que Pitangueiras tinha apenas uma ambulância para atender os moradores. Depois disso, começaram as intimidações”, declara.

Denunciante

O motorista Hiraldo Leone é funcionário da prefeitura e no começo do ano estava emprestado à Câmara. Ele não quis conversar com o A Cidade.

O presidente afastado diz que o motorista também tenta se vingar dele após perder privilégios.

“Descobri que o motorista recebia horas extras pelo tempo que trabalhou na Câmara. Questionei esse dinheiro, já que não fizemos nenhuma viagem e não precisamos de mais horas no período em que ele trabalhou aqui”, acusa o presidente afastado.

Vice-presidente também é investigado

O motorista que denunciou o uso das bermudas também diz que houve uso indevido do carro da Câmara em março deste ano, quando o presidente Sílvio Fernandes (PV) e o vice, o vereador Carlito Nunes Barroso (PSDB), estiveram em um congresso em Ribeirão Preto. Os vereadores teriam usado o carro para almoçar em um shopping. Eles dizem que foram ao local porque não havia almoço do evento.

“Permanecemos por 1 hora e 16 minutos no shopping e depois voltamos para o congresso. Temos os tíquetes do almoço”, diz o vereador Carlito Nunes.
Segundo o vereador Paulo Ataide Lago (PRB), membro da comissão ainda não há confirmação se o uso do carro foi indevido.

“Acatamos a denúncia feita pelo motorista, mas não temos provas que mostre o uso indevido do carro nesse dia”, informa.
Afastados por 15 dias pelos colegas de Legislativo, os dois acusados têm 10 dias para apresentar defesa à CPI.

marcelo l. escreveu:Tem todo jeito de armação mesmo, infelizmente o sistema brasileiro político é isso aí mesmo.