Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
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marcelo l.
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Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
O expoente mais barulhento da direita no Congresso saúda o apoio de artistas perseguidos pelo regime militar ao projeto que proíbe biografias não autorizadas
Poucos são tão radicais na política brasileira quanto o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Mais raros ainda os que, como ele, assumem posições de direita. No Congresso, ninguém faz sombra a Bolsonaro. Ex-capitão do Exército, ele defende não só o regime militar, como os acusados de comandar torturas. Cita a presidente Dilma Rousseff como responsável por atos violentos nos anos 1970. Está também no centro dos debates para punir a homofobia – do lado contrário, claro. Na semana passada, passou a liderar os deputados que pretendem aprovar uma lei proibindo a publicação de biografias não autorizadas. A mesma tese que defendem Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
ÉPOCA – Como o senhor se sente defendendo a mesma tese que Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso?
Jair Bolsonaro – São eles que estão defendendo minha tese. Dou-lhes boas-vindas em nome do clube dos sensatos. Até concordo com Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil que é preciso alguma censura. Aproveitarei a oportunidade para mostrar a eles que regras e proibições não atentam contra a democracia. Não é bem assim que a banda toca quando se defende a tese do “é proibido proibir”, como eles pregavam quando estavam na oposição. Uma censura se faz necessária de vez em quando. Se não houver certa censura na escola, imagine o futuro da molecada. Tem de ter. Chico, Caetano e Gil tinham liberdade para fazer oposição. Se não tivessem, teriam ido para o paredão. Não foram. Só não posso nem dizer que estou feliz na companhia deles. Fico feliz de estar, sim, ao lado de Roberto Carlos.
ÉPOCA – O senhor entende por que eles mudaram de opinião?
Bolsonaro – Foi o mesmo fenômeno que aconteceu com o PT. Antes, o PT defendia as minorias. Hoje, minorias, como os indígenas, prejudicam projetos deles, como a construção da usina de Belo Monte. Outras minorias, como os baderneiros black bloc, prejudicam o bom debate democrático. Para ficar como a esquerda era no passado, só falta a esse pessoal pegar em armas. Não vemos nenhuma palavra da presidente Dilma Rousseff a esse respeito. Por quê? Não tem moral para falar a respeito disso porque ela fez pior: fez escola.
ÉPOCA – Não é estranho que pessoas que aparentemente pensam tão diferente umas das outras, como o senhor e os artistas, defendam a mesma tese?
Bolsonaro – Esporadicamente posso estar ao lado de quem sempre discordo. Posso torcer para seu time porque estou interessado na derrota de outro adversário. Eles podem estar constrangidos em estar a meu lado. Fico chateado, constrangido não.
ÉPOCA – Por que o senhor é contra a publicação de biografias não autorizadas?
Bolsonaro – Defendo a liberdade de expressão e também o direito à privacidade. Se a Justiça fosse rápida, até defenderia a liberdade total de publicação e a punição financeira de quem comete abusos. Mas, depois que o texto sai, a Justiça demora anos para reparar erros. Quando isso acontece, raramente a compensação financeira cobre a perda moral causada pelos livros.
ÉPOCA – A contribuição das biografias para a história não é maior do que essa polêmica?
Bolsonaro – Depende. Os que farão as biografias serão do mesmo estilo dos que compõem a tal da Comissão da Verdade? Serão parciais que buscam apenas o sensacionalismo? E mais: a imprensa já não publicou tudo sobre a vida dessas personalidades? O que um biógrafo teria no bolso para apresentar como “furo”? Acho que nada.
ÉPOCA – O senhor não lê biografias?
Bolsonaro – Não. Tenho pouco tempo. Minha leitura é a internet e os jornais.
ÉPOCA – Não tem nenhuma personalidade cuja biografia o senhor gostaria de ler?
Bolsonaro – A da Dilma Rousseff, feita com testemunhas e sem falar da vida particular dela. Gostaria de saber se a presidente estava na operação da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) que explodiu um carro-bomba num quartel de São Paulo e matou o soldado Mário Kozel Filho. Qual o sentimento dela em relação aos familiares do Mário Kozel, que foram indenizados com um salário mínimo? Se alguém for ao Superior Tribunal Militar e publicar o processo a que Dilma respondeu quando era da luta armada, não tem nada de mais. São fatos, é história.
ÉPOCA – Então, qual é o problema?
Bolsonaro – Minha preocupação é que, num livro, fatos inverídicos sejam tidos como verdadeiros. A Comissão da Verdade pretende fazer uma biografia da história. Todos os seus sete componentes foram indicados pela presidente Dilma. Lá, não há um historiador sequer. Tem três advogados. Eles têm compromisso com o cliente, com quem paga. No caso, o governo. Como posso acreditar em biografias quando a Comissão da Verdade está tentando escrever sobre o passado, sem um só historiador na comissão? Perde o crédito. É uma comissão que faz populismo e desgasta uma classe importante para qualquer país, os militares. Quer vergar a coluna dessa instituição com mentiras e seguir avante com o plano bolivariano do atual governo. A Comissão da Verdade fará um relatório dizendo que, em 1964, houve um golpe. Omitirão que Castelo Branco foi eleito por 361 deputados, entre eles Ulysses Guimarães, José Sarney e Juscelino Kubitschek. Será uma biografia mentirosa do regime militar.
ÉPOCA – Políticos corruptos serão beneficiados se forem publicadas apenas biografias autorizadas?
Bolsonaro – Concordo que há certos homens públicos sobre quem ninguém leria uma biografia autorizada. O livro encalharia.
ÉPOCA – Por que obrigar a autorização prévia, então?
Bolsonaro – Porque existem “historiadores mineradores”, que só querem arrancar dinheiro do biografado. Um biógrafo que queira contar a vida do empresário Eike Batista pode tentar tirar dinheiro dele. No meu caso, alguém pode escrever o maior absurdo para tentar me desqualificar. É o que acontece a conta-gotas na imprensa. Sou chamado de racista, e tenho um sogro quase “negão”. Isso me dói. Sou chamado de homofóbico porque descobri o “kit gay” que o governo queria distribuir nas escolas. Depois, a própria Dilma considerou inadequado. Palmas para Dilma. Não quer dizer que estou afinado com ela. Dilma recuou por pressão da bancada evangélica, não por minha causa. Eu estava no esculacho. Não tinha mais argumentos sérios para convencer o governo.
ÉPOCA – Os aspectos pessoais não são importantes para entender suas posições políticas?
Bolsonaro – Confesso que influenciaram. Mas não gostaria de ver publicados, porque mexem com coisas que podem tirar o brilho de minha carreira. Muita gente pode achar que minha carreira é a maior porcaria do mundo. Sou feliz em ser deputado. Tenho uma coisa que poucos têm: liberdade.
ÉPOCA – O senhor não teme que biografias de líderes da ditadura manchem a imagem do segmento que o senhor defende?
Bolsonaro – Não. O que os militares temem é a mentira. Os coronéis Brilhante Ustra e Licio Maciel (acusados de participar de sessões de tortura) são injustiçados. Na Segunda Guerra Mundial, os alemães preferiam se entregar aos soldados brasileiros porque eram tratados com dignidade. Nós tratamos os guerrilheiros com dignidade. Houve excessos, mas essa não era a regra.
ÉPOCA – A possibilidade de escrever uma biografia livre não é importante para esclarecer eleitores e a sociedade em geral?
Bolsonaro – Duvido que alguém seja contra contar a história de sua vida. A minha, por exemplo, é uma. A quem interessará, não sei. Quem sabe daqui a alguns anos? O que temo é a revelação das particularidades da vida privada. O direito à privacidade está garantido na Constituição. No meu caso, já falei muita besteira na Câmara, exagero muitas vezes, e um biógrafo pode interpretar da maneira que bem entender. O problema começa quando o biógrafo possa inferir sobre minha vida. Estou casado há cinco anos com uma funcionária da Casa. Logo depois, veio a lei que proíbe o nepotismo. Eu já estava casado. Apesar disso, demiti minha mulher para não ser acusado de não cumprir a lei. Um biógrafo poderia retratar meu caso como nepotismo.
ÉPOCA – Tem mais alguma história sua que o senhor gostaria que não fosse publicada?
Bolsonaro – Minha primeira separação. Há problemas que não gostaria que fossem revelados pela minha ex-mulher, mesmo sendo verdadeiros. A intimidade tem de ser respeitada. As pessoas julgam os outros em razão da intimidade revelada.
ÉPOCA – Como o senhor avalia a ação da polícia no Rio e nas outras cidades?
Bolsonaro – Foi nota 10 na semana passada, com a prisão de um grupo grande de baderneiros. Eles não são trabalhadores nem estudantes. São marginais que queimam carros. Tem sido bom, porque a polícia começa a fichar e a instaurar processos para que não sejam réus primários no futuro. A repressão está até branda com esses marginais.
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O expoente mais barulhento da direita no Congresso saúda o apoio de artistas perseguidos pelo regime militar ao projeto que proíbe biografias não autorizadas
Poucos são tão radicais na política brasileira quanto o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Mais raros ainda os que, como ele, assumem posições de direita. No Congresso, ninguém faz sombra a Bolsonaro. Ex-capitão do Exército, ele defende não só o regime militar, como os acusados de comandar torturas. Cita a presidente Dilma Rousseff como responsável por atos violentos nos anos 1970. Está também no centro dos debates para punir a homofobia – do lado contrário, claro. Na semana passada, passou a liderar os deputados que pretendem aprovar uma lei proibindo a publicação de biografias não autorizadas. A mesma tese que defendem Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
ÉPOCA – Como o senhor se sente defendendo a mesma tese que Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso?
Jair Bolsonaro – São eles que estão defendendo minha tese. Dou-lhes boas-vindas em nome do clube dos sensatos. Até concordo com Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil que é preciso alguma censura. Aproveitarei a oportunidade para mostrar a eles que regras e proibições não atentam contra a democracia. Não é bem assim que a banda toca quando se defende a tese do “é proibido proibir”, como eles pregavam quando estavam na oposição. Uma censura se faz necessária de vez em quando. Se não houver certa censura na escola, imagine o futuro da molecada. Tem de ter. Chico, Caetano e Gil tinham liberdade para fazer oposição. Se não tivessem, teriam ido para o paredão. Não foram. Só não posso nem dizer que estou feliz na companhia deles. Fico feliz de estar, sim, ao lado de Roberto Carlos.
ÉPOCA – O senhor entende por que eles mudaram de opinião?
Bolsonaro – Foi o mesmo fenômeno que aconteceu com o PT. Antes, o PT defendia as minorias. Hoje, minorias, como os indígenas, prejudicam projetos deles, como a construção da usina de Belo Monte. Outras minorias, como os baderneiros black bloc, prejudicam o bom debate democrático. Para ficar como a esquerda era no passado, só falta a esse pessoal pegar em armas. Não vemos nenhuma palavra da presidente Dilma Rousseff a esse respeito. Por quê? Não tem moral para falar a respeito disso porque ela fez pior: fez escola.
ÉPOCA – Não é estranho que pessoas que aparentemente pensam tão diferente umas das outras, como o senhor e os artistas, defendam a mesma tese?
Bolsonaro – Esporadicamente posso estar ao lado de quem sempre discordo. Posso torcer para seu time porque estou interessado na derrota de outro adversário. Eles podem estar constrangidos em estar a meu lado. Fico chateado, constrangido não.
ÉPOCA – Por que o senhor é contra a publicação de biografias não autorizadas?
Bolsonaro – Defendo a liberdade de expressão e também o direito à privacidade. Se a Justiça fosse rápida, até defenderia a liberdade total de publicação e a punição financeira de quem comete abusos. Mas, depois que o texto sai, a Justiça demora anos para reparar erros. Quando isso acontece, raramente a compensação financeira cobre a perda moral causada pelos livros.
ÉPOCA – A contribuição das biografias para a história não é maior do que essa polêmica?
Bolsonaro – Depende. Os que farão as biografias serão do mesmo estilo dos que compõem a tal da Comissão da Verdade? Serão parciais que buscam apenas o sensacionalismo? E mais: a imprensa já não publicou tudo sobre a vida dessas personalidades? O que um biógrafo teria no bolso para apresentar como “furo”? Acho que nada.
ÉPOCA – O senhor não lê biografias?
Bolsonaro – Não. Tenho pouco tempo. Minha leitura é a internet e os jornais.
ÉPOCA – Não tem nenhuma personalidade cuja biografia o senhor gostaria de ler?
Bolsonaro – A da Dilma Rousseff, feita com testemunhas e sem falar da vida particular dela. Gostaria de saber se a presidente estava na operação da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) que explodiu um carro-bomba num quartel de São Paulo e matou o soldado Mário Kozel Filho. Qual o sentimento dela em relação aos familiares do Mário Kozel, que foram indenizados com um salário mínimo? Se alguém for ao Superior Tribunal Militar e publicar o processo a que Dilma respondeu quando era da luta armada, não tem nada de mais. São fatos, é história.
ÉPOCA – Então, qual é o problema?
Bolsonaro – Minha preocupação é que, num livro, fatos inverídicos sejam tidos como verdadeiros. A Comissão da Verdade pretende fazer uma biografia da história. Todos os seus sete componentes foram indicados pela presidente Dilma. Lá, não há um historiador sequer. Tem três advogados. Eles têm compromisso com o cliente, com quem paga. No caso, o governo. Como posso acreditar em biografias quando a Comissão da Verdade está tentando escrever sobre o passado, sem um só historiador na comissão? Perde o crédito. É uma comissão que faz populismo e desgasta uma classe importante para qualquer país, os militares. Quer vergar a coluna dessa instituição com mentiras e seguir avante com o plano bolivariano do atual governo. A Comissão da Verdade fará um relatório dizendo que, em 1964, houve um golpe. Omitirão que Castelo Branco foi eleito por 361 deputados, entre eles Ulysses Guimarães, José Sarney e Juscelino Kubitschek. Será uma biografia mentirosa do regime militar.
ÉPOCA – Políticos corruptos serão beneficiados se forem publicadas apenas biografias autorizadas?
Bolsonaro – Concordo que há certos homens públicos sobre quem ninguém leria uma biografia autorizada. O livro encalharia.
ÉPOCA – Por que obrigar a autorização prévia, então?
Bolsonaro – Porque existem “historiadores mineradores”, que só querem arrancar dinheiro do biografado. Um biógrafo que queira contar a vida do empresário Eike Batista pode tentar tirar dinheiro dele. No meu caso, alguém pode escrever o maior absurdo para tentar me desqualificar. É o que acontece a conta-gotas na imprensa. Sou chamado de racista, e tenho um sogro quase “negão”. Isso me dói. Sou chamado de homofóbico porque descobri o “kit gay” que o governo queria distribuir nas escolas. Depois, a própria Dilma considerou inadequado. Palmas para Dilma. Não quer dizer que estou afinado com ela. Dilma recuou por pressão da bancada evangélica, não por minha causa. Eu estava no esculacho. Não tinha mais argumentos sérios para convencer o governo.
ÉPOCA – Os aspectos pessoais não são importantes para entender suas posições políticas?
Bolsonaro – Confesso que influenciaram. Mas não gostaria de ver publicados, porque mexem com coisas que podem tirar o brilho de minha carreira. Muita gente pode achar que minha carreira é a maior porcaria do mundo. Sou feliz em ser deputado. Tenho uma coisa que poucos têm: liberdade.
ÉPOCA – O senhor não teme que biografias de líderes da ditadura manchem a imagem do segmento que o senhor defende?
Bolsonaro – Não. O que os militares temem é a mentira. Os coronéis Brilhante Ustra e Licio Maciel (acusados de participar de sessões de tortura) são injustiçados. Na Segunda Guerra Mundial, os alemães preferiam se entregar aos soldados brasileiros porque eram tratados com dignidade. Nós tratamos os guerrilheiros com dignidade. Houve excessos, mas essa não era a regra.
ÉPOCA – A possibilidade de escrever uma biografia livre não é importante para esclarecer eleitores e a sociedade em geral?
Bolsonaro – Duvido que alguém seja contra contar a história de sua vida. A minha, por exemplo, é uma. A quem interessará, não sei. Quem sabe daqui a alguns anos? O que temo é a revelação das particularidades da vida privada. O direito à privacidade está garantido na Constituição. No meu caso, já falei muita besteira na Câmara, exagero muitas vezes, e um biógrafo pode interpretar da maneira que bem entender. O problema começa quando o biógrafo possa inferir sobre minha vida. Estou casado há cinco anos com uma funcionária da Casa. Logo depois, veio a lei que proíbe o nepotismo. Eu já estava casado. Apesar disso, demiti minha mulher para não ser acusado de não cumprir a lei. Um biógrafo poderia retratar meu caso como nepotismo.
ÉPOCA – Tem mais alguma história sua que o senhor gostaria que não fosse publicada?
Bolsonaro – Minha primeira separação. Há problemas que não gostaria que fossem revelados pela minha ex-mulher, mesmo sendo verdadeiros. A intimidade tem de ser respeitada. As pessoas julgam os outros em razão da intimidade revelada.
ÉPOCA – Como o senhor avalia a ação da polícia no Rio e nas outras cidades?
Bolsonaro – Foi nota 10 na semana passada, com a prisão de um grupo grande de baderneiros. Eles não são trabalhadores nem estudantes. São marginais que queimam carros. Tem sido bom, porque a polícia começa a fichar e a instaurar processos para que não sejam réus primários no futuro. A repressão está até branda com esses marginais.
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marcelo l.- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 6877
Data de inscrição : 15/06/2010
Re: Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
Tudo o que esses artistas em fim de carreira querem é mais dinheiro no bolso.
O "Proibido Proibir" é bom só quando é no cú dos outros. Quando eles viram a oportunidade de faturar esqueceram todos os ideais.
É absurda a proibição, porque o código penal já prevê indenização caso aconteça alguma calúnia em uma biografia não-autorizada.
Tudo o que eles querem é apenas esses 10% no bolso.
O "Proibido Proibir" é bom só quando é no cú dos outros. Quando eles viram a oportunidade de faturar esqueceram todos os ideais.
É absurda a proibição, porque o código penal já prevê indenização caso aconteça alguma calúnia em uma biografia não-autorizada.
Tudo o que eles querem é apenas esses 10% no bolso.
Re: Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
Ou manter algo contrangedor bem enterrado, sem risco de um livro trazer a tona.Parallax escreveu:Tudo o que esses artistas em fim de carreira querem é mais dinheiro no bolso.
O "Proibido Proibir" é bom só quando é no cú dos outros. Quando eles viram a oportunidade de faturar esqueceram todos os ideais.
É absurda a proibição, porque o código penal já prevê indenização caso aconteça alguma calúnia em uma biografia não-autorizada.
Tudo o que eles querem é apenas esses 10% no bolso.
Até hoje acho que o que mais doeu na biografia do Roberto Carlos não foi o que ele alegou, de que tava incomodado que o livro fala sobre a doença da ex-mulher dele e sobre o acidente que ele sofreu quando criança. Isso evitou que as atenções se voltassem pro que realmente poderia se tornar um escândalo, a informação que o livro revela de que o pessoal da jovem guarda fazia festas onde rolavam orgias e até sexo com gurias menores de idade.
Re: Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
Escritores estrangeiros falam sobre autorização para biografias no Brasil
Escritores de sete países comentaram, a pedido do G1, a necessidade de autorização para publicar biografias no Brasil. Biógrafos da Argentina, Rússia, Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Sérvia criticaram a exigência de aval de biografados. Em vigor desde 2003 no Código Civil, a lei é questionada por escritores brasileiros. A possibilidade de revisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) fez músicos do grupo Procure Saber reagirem, provocando polêmica em torno do assunto.
O Procure Saber – integrado por Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Djavan, entre outros artistas, e presidido pela ex-mulher de Caetano Paula Lavigne – defende o direito à privacidade e destaca as dificuldades em conseguir reparar através de ações judiciais os danos posteriores à publicação. Djavan defendeu ainda a divisão de ganhos com a publicação entre escritores e biografados.
Os biógrafos, no entanto, avaliam que a necessidade de autorização é censura prévia e fere a liberdade de expressão. Dizem ainda que não é possível categorizar os biografados e que a necessidade de autorização defendida pelos artistas impediria a publicação de obras sobre personagens históricos sem interferências.
Os escritores estrangeiros que falaram ao G1 se mostraram espantados e contrários às regras atuais do Brasil. A jornalista, ativista e escritora Masha Gessen, que escreveu a biografia "Putin - A face oculta do novo Czar", diz que "se as pessoas não forem autorizadas a escreverem sobre ditadores sem a permissão deles, o mundo seria mais pobre e ainda mais perigoso do que já é".
A canadense Isabel Vincent, que teve um livro sobre a empresária Lily Safra proibido no Brasil, disse que as regras no país são "Orwellianas", em citação ao autor de "1984", ficção de terror sobre a vigilância do governo.
A australiana Carolyn Burke, que fez biografia de Édith Piaf, elogiada pelo "respeito" com as tragédias da cantora, ponderou: "Ao mesmo tempo em que prezo pela necessidade da privacidade (sou favorável a não “contar tudo” nem ser sensacionalista com a vida de pessoas), sinto que precisamos estabelecer uma segurança para o balanço entre honestidade e respeito".
Veja a opinião de biógrafos de Putin, Lily Safra, Paul McCartney, Lionel Messi, Bansky e Novak Djokovic sobre a questão das biografias no Brasil:
Masha Gessen
Gessen é autora de "Putin - A face oculta do novo Czar", sobre o governante russo. Já escreveu sobre direitos humanos na Rússia para "New York Times" e "The Guardian".
"Essa é uma ótima questão. [Se fosse sujeita a essas regras] eu não poderia publicar ao menos dois dos meus livros – sobre o Putin e sobre o matemático Grigori Perelman. Na verdade, acho que seriam quatro, mas não posso te dizer as outras duas [sites norte-americanos dizem que Masha está escrevendo sobre o Pussy Riot e os irmãos Tsarnaev, suspeitos de ataques em Boston].
Esse é o ponto sobre o jornalismo: os sujeitos das matérias não necessariamente gostam delas. Eu acho que é isso que o define das relações públicas, e isso tem que ser protegido, absolutamente. Na Rússia, você não precisa ter permissão [do biografado para fazer o livro]. Meu livro sobre Putin não foi publicado na Rússia, mas não foi exatamente pela falta de cooperação dele – embora você possa ver dessa maneira [ela citou ao jornal britânico "The Telegraph' a dificuldade de conseguir uma editora russa pelo temor de retaliação política].
É difícil avaliar a importância do meu próprio trabalho, mas acho que se as pessoas não forem autorizadas a escreverem sobre ditadores sem a permissão deles, o mundo seria mais pobre e ainda mais perigoso do que já é".
Isabel Vincent
Vincent é autora do livro "Gilded Lily", publicado nos EUA, sobre a empresária brasileira Lily Safra. Ao contrário dos outros autores que comentam nesta matéria, ela já conhecia a questão. Ela tem interesse nas regras brasileiras, pois a venda do livro no Brasil foi proibida a pedido da família de Lily.
"Não há liberdade de expressão no Brasil. Sinto muito por dizer isso. Então, em outras palavras, você só pode fazer o tipo de jornalismo que beneficie os sujeitos e os mostre no melhor ângulo possível? Onde a verdade aparece? Isso soa muito Orwelliano para mim [em referência a George Orwell, autor de '1984', ficção de terror sobre vigilância, que inspirou o reality show 'Big Brother'].
Como ex-editora chefe no Brasil, que cobriu o país quando Fernando Collor de Mello sofreu impeachment, graças a reportagens diligentes e audaciosas de jornalistas brasileiros, eu fico muito espantada.
Sou grande fã de Caetano Veloso e Gilberto Gil, mas acho os argumentos deles repreensíveis. Não acredito que eles foram oponentes do governo militar no Brasil, e estão limitando a liberdade de expressão agora. É incrível. Alguns amigos dizem que no Brasil o sistema legal não funciona bem, então há poucos recursos para quem quer processar um autor. Desculpe, não compro essa. Vivo no país onde a Primeira Emenda garante liberdade de imprensa. Tive vários problemas, mas neste sentido, é o melhor país do mundo [a canadense vive nos EUA]."
Carolyn Burke
Burke é autora de "Piaf - Uma vida", sobre a cantora Édith Piaf. O livro foi elogiado pelo "New York Times" por tratar da "vida de pesadelos" da cantora com "inteligência e respeito".
"Não conheço bem o contexto, mas ao mesmo tempo temo que uma lei dessa possa prejudicar a liberdade e a expressão cultural e social de verdades. Quando escrevo a história de vida de alguém, sou cuidadosa ao colocar em múltiplos contextos, e não posso imaginar como seria ter que conseguir a autorização da pessoa. Sempre tento explicar cuidadosamente para os herdeiros e a família como vou fazer a pesquisa e escrever, e geralmente eles não têm objeções. Uma lei dessas, me parece, ameaçaria a liberdade de expressão. Ao mesmo tempo em que prezo pela necessidade da privacidade (sou favorável a não “contar tudo” ou ser sensacionalista com a vida de pessoas), sinto que precisamos estabelecer uma segurança para um balaço de honestidade e respeito para a vida de outras pessoas”.
Leonardo Faccio
Faccio é autor de "A Biografia de Lionel Messi", sobre o jogador de futebol da Argentina.
"Quando o jornalismo deixa de ser independente, se tranforma em publicidade. Sem liberdade de expressão, quem escreve uma biografia acaba fazendo uma beatificação. Deixar nas mãos de um entrevistado o relato de sua própria história é uma aberração e uma traição ao leitor: ninguém é capaz de dizer a sua vida com equanimidade.
Minha obrigação é ganhar a confiança dos entrevistados, sem nunca desistir da minha independência. Messi e sua família, por exemplo, confiaram em meu julgamento e por isso facilitaram o acesso às suas vidas, e fiquei grato. Trata-se de criar uma relação de confiança.
A honestidade deve fluir a partir de ambos os lados. Logo, os entrevistados podem não estar totalmente de acordo com o resultado final. Ninguém acha fácil aceitar um retrato de si mesmo. No meu livro há partes - nem sei quais - de que Messi não gostou. A rejeição é um risco que corremos. Em qualquer caso, o jornalista só deve ser honesto e ter informações suficientes para apoiar cada uma das suas afirmações. Essa é a nossa responsabilidade."
Peter Ames Carlin
Peter Ames Carlin é autor de "Paul McCartney - Uma vida" e outras biografias como de Bruce Springsteen e Brian Wilson.
"A Primeira Emenda da Constituição dos EUA dá a escritores liberdade quase ilimitada, desde que eles não saiam espalhando mentiras com intenção prejudicial. Assim, eu fui criado para ver a liberdade de expressão como um direito humano fundamental.
Isso vale em dobro quando a escrita é acerca de uma figura pública. Os políticos e os líderes do governo sabem que estão sacrificando elementos da sua privacidade quando trabalham no setor público. Mas qualquer pessoa cujo trabalho a torne uma celebridade - por exemplo, atores, músicos, estrelas do esporte e etc - também deve esperar maior escrutínio da mídia. E com isso, um nível muito maior quando se trata de provar que um livro ou artigo sobe para o nível de difamação, o que é uma ofensa criminal. O sistema de justiça aceita que quem pisa voluntariamente no centro das atenções deve também saber sacrificou certa quantidade de privacidade, tornando-se uma figura pública.
Nenhuma das biografias que escrevi tiveram aprovação explícita dos seus biografados. Tanto Bruce Springsteen quanto Brian Wilson cooperaram com o meu trabalho, mas nem Springsteen nem o seus empresários aprovaram nada, nem participaram até o primeiro ano e meio do meu trabalho.
Eu acho que o direito de escrever sobre alguém sem sua permissão explícita tem uma função crucial em uma sociedade livre. Isso não permite a um escritor ser irresponsável ou mesquinho, mas mantém figuras públicas (e em particular os políticos) longe de distorcer a verdade sobre si mesmos e suas façanhas. Livros autorizados acabam se tornando "chapa branca" - higienizados para a proteção da figura pública - que podem distorcer a história, o presente e o futuro. Contanto que um escritor tenha um padrão de honestidade e decência, pessoas honestas não devem ter medo de serem assuntos para eles."
Ellsworth-Jones
Ellsworth-Jones é autor de "Banksy - Por trás das paredes". O livro não teve autorização nem entrevista de Banksy - que esconde sua identidade - mas buscou pessoas próximas ao artista e outras fontes.
"Eu acho que há questões fáceis e difíceis no equilíbrio de liberdade de expressão e privacidade. Essa é uma das fáceis: [a regra brasileira] parece que uma lei ultrajante. Eu certamente não poderia ter escrito o meu livro sobre Banksy, porque ele não teria me dado permissão. As pessoas estão corretamente protegidas pelas leis de difamação, mas a lei brasileira como foi descrita é um enorme golpe à liberdade de expressão.
Perguntei à assistente de relações públicas de Banksy por uma entrevista e ela disse que não levaria o assunto adiante a menos que eu mostrasse o manuscrito do livro. Eu não estava preparado para fazer isso, então não houve entrevista. Mas sob o direito brasileiro, em seguida, Banksy poderia ter parado o livro. Isso é revoltante (e eu acho que Banksy pensaria assim também). "
Blaza Popovic
Blaza é autor de "A Biografia de Novak Djokovic", sobre o tenista da Sérvia. A biografia foi feita por encomenda da editora brasileira Évora.
"Qualquer um pode escrever uma biografia sobre quem quer que seja, autorizada ou não. Se não há falsas declarações ou dano às reputações das pessoas, não há base para qualquer tipo de ação legal contra o autor ou seu agente literário. O único problema é no caso de marcas, que podem usar nomes de pessoas e suas imagens para uso comercial delas."
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Escritores de sete países comentaram, a pedido do G1, a necessidade de autorização para publicar biografias no Brasil. Biógrafos da Argentina, Rússia, Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Sérvia criticaram a exigência de aval de biografados. Em vigor desde 2003 no Código Civil, a lei é questionada por escritores brasileiros. A possibilidade de revisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) fez músicos do grupo Procure Saber reagirem, provocando polêmica em torno do assunto.
O Procure Saber – integrado por Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Djavan, entre outros artistas, e presidido pela ex-mulher de Caetano Paula Lavigne – defende o direito à privacidade e destaca as dificuldades em conseguir reparar através de ações judiciais os danos posteriores à publicação. Djavan defendeu ainda a divisão de ganhos com a publicação entre escritores e biografados.
Os biógrafos, no entanto, avaliam que a necessidade de autorização é censura prévia e fere a liberdade de expressão. Dizem ainda que não é possível categorizar os biografados e que a necessidade de autorização defendida pelos artistas impediria a publicação de obras sobre personagens históricos sem interferências.
Os escritores estrangeiros que falaram ao G1 se mostraram espantados e contrários às regras atuais do Brasil. A jornalista, ativista e escritora Masha Gessen, que escreveu a biografia "Putin - A face oculta do novo Czar", diz que "se as pessoas não forem autorizadas a escreverem sobre ditadores sem a permissão deles, o mundo seria mais pobre e ainda mais perigoso do que já é".
A canadense Isabel Vincent, que teve um livro sobre a empresária Lily Safra proibido no Brasil, disse que as regras no país são "Orwellianas", em citação ao autor de "1984", ficção de terror sobre a vigilância do governo.
A australiana Carolyn Burke, que fez biografia de Édith Piaf, elogiada pelo "respeito" com as tragédias da cantora, ponderou: "Ao mesmo tempo em que prezo pela necessidade da privacidade (sou favorável a não “contar tudo” nem ser sensacionalista com a vida de pessoas), sinto que precisamos estabelecer uma segurança para o balanço entre honestidade e respeito".
Veja a opinião de biógrafos de Putin, Lily Safra, Paul McCartney, Lionel Messi, Bansky e Novak Djokovic sobre a questão das biografias no Brasil:
Masha Gessen
Gessen é autora de "Putin - A face oculta do novo Czar", sobre o governante russo. Já escreveu sobre direitos humanos na Rússia para "New York Times" e "The Guardian".
"Essa é uma ótima questão. [Se fosse sujeita a essas regras] eu não poderia publicar ao menos dois dos meus livros – sobre o Putin e sobre o matemático Grigori Perelman. Na verdade, acho que seriam quatro, mas não posso te dizer as outras duas [sites norte-americanos dizem que Masha está escrevendo sobre o Pussy Riot e os irmãos Tsarnaev, suspeitos de ataques em Boston].
Esse é o ponto sobre o jornalismo: os sujeitos das matérias não necessariamente gostam delas. Eu acho que é isso que o define das relações públicas, e isso tem que ser protegido, absolutamente. Na Rússia, você não precisa ter permissão [do biografado para fazer o livro]. Meu livro sobre Putin não foi publicado na Rússia, mas não foi exatamente pela falta de cooperação dele – embora você possa ver dessa maneira [ela citou ao jornal britânico "The Telegraph' a dificuldade de conseguir uma editora russa pelo temor de retaliação política].
É difícil avaliar a importância do meu próprio trabalho, mas acho que se as pessoas não forem autorizadas a escreverem sobre ditadores sem a permissão deles, o mundo seria mais pobre e ainda mais perigoso do que já é".
Isabel Vincent
Vincent é autora do livro "Gilded Lily", publicado nos EUA, sobre a empresária brasileira Lily Safra. Ao contrário dos outros autores que comentam nesta matéria, ela já conhecia a questão. Ela tem interesse nas regras brasileiras, pois a venda do livro no Brasil foi proibida a pedido da família de Lily.
"Não há liberdade de expressão no Brasil. Sinto muito por dizer isso. Então, em outras palavras, você só pode fazer o tipo de jornalismo que beneficie os sujeitos e os mostre no melhor ângulo possível? Onde a verdade aparece? Isso soa muito Orwelliano para mim [em referência a George Orwell, autor de '1984', ficção de terror sobre vigilância, que inspirou o reality show 'Big Brother'].
Como ex-editora chefe no Brasil, que cobriu o país quando Fernando Collor de Mello sofreu impeachment, graças a reportagens diligentes e audaciosas de jornalistas brasileiros, eu fico muito espantada.
Sou grande fã de Caetano Veloso e Gilberto Gil, mas acho os argumentos deles repreensíveis. Não acredito que eles foram oponentes do governo militar no Brasil, e estão limitando a liberdade de expressão agora. É incrível. Alguns amigos dizem que no Brasil o sistema legal não funciona bem, então há poucos recursos para quem quer processar um autor. Desculpe, não compro essa. Vivo no país onde a Primeira Emenda garante liberdade de imprensa. Tive vários problemas, mas neste sentido, é o melhor país do mundo [a canadense vive nos EUA]."
Carolyn Burke
Burke é autora de "Piaf - Uma vida", sobre a cantora Édith Piaf. O livro foi elogiado pelo "New York Times" por tratar da "vida de pesadelos" da cantora com "inteligência e respeito".
"Não conheço bem o contexto, mas ao mesmo tempo temo que uma lei dessa possa prejudicar a liberdade e a expressão cultural e social de verdades. Quando escrevo a história de vida de alguém, sou cuidadosa ao colocar em múltiplos contextos, e não posso imaginar como seria ter que conseguir a autorização da pessoa. Sempre tento explicar cuidadosamente para os herdeiros e a família como vou fazer a pesquisa e escrever, e geralmente eles não têm objeções. Uma lei dessas, me parece, ameaçaria a liberdade de expressão. Ao mesmo tempo em que prezo pela necessidade da privacidade (sou favorável a não “contar tudo” ou ser sensacionalista com a vida de pessoas), sinto que precisamos estabelecer uma segurança para um balaço de honestidade e respeito para a vida de outras pessoas”.
Leonardo Faccio
Faccio é autor de "A Biografia de Lionel Messi", sobre o jogador de futebol da Argentina.
"Quando o jornalismo deixa de ser independente, se tranforma em publicidade. Sem liberdade de expressão, quem escreve uma biografia acaba fazendo uma beatificação. Deixar nas mãos de um entrevistado o relato de sua própria história é uma aberração e uma traição ao leitor: ninguém é capaz de dizer a sua vida com equanimidade.
Minha obrigação é ganhar a confiança dos entrevistados, sem nunca desistir da minha independência. Messi e sua família, por exemplo, confiaram em meu julgamento e por isso facilitaram o acesso às suas vidas, e fiquei grato. Trata-se de criar uma relação de confiança.
A honestidade deve fluir a partir de ambos os lados. Logo, os entrevistados podem não estar totalmente de acordo com o resultado final. Ninguém acha fácil aceitar um retrato de si mesmo. No meu livro há partes - nem sei quais - de que Messi não gostou. A rejeição é um risco que corremos. Em qualquer caso, o jornalista só deve ser honesto e ter informações suficientes para apoiar cada uma das suas afirmações. Essa é a nossa responsabilidade."
Peter Ames Carlin
Peter Ames Carlin é autor de "Paul McCartney - Uma vida" e outras biografias como de Bruce Springsteen e Brian Wilson.
"A Primeira Emenda da Constituição dos EUA dá a escritores liberdade quase ilimitada, desde que eles não saiam espalhando mentiras com intenção prejudicial. Assim, eu fui criado para ver a liberdade de expressão como um direito humano fundamental.
Isso vale em dobro quando a escrita é acerca de uma figura pública. Os políticos e os líderes do governo sabem que estão sacrificando elementos da sua privacidade quando trabalham no setor público. Mas qualquer pessoa cujo trabalho a torne uma celebridade - por exemplo, atores, músicos, estrelas do esporte e etc - também deve esperar maior escrutínio da mídia. E com isso, um nível muito maior quando se trata de provar que um livro ou artigo sobe para o nível de difamação, o que é uma ofensa criminal. O sistema de justiça aceita que quem pisa voluntariamente no centro das atenções deve também saber sacrificou certa quantidade de privacidade, tornando-se uma figura pública.
Nenhuma das biografias que escrevi tiveram aprovação explícita dos seus biografados. Tanto Bruce Springsteen quanto Brian Wilson cooperaram com o meu trabalho, mas nem Springsteen nem o seus empresários aprovaram nada, nem participaram até o primeiro ano e meio do meu trabalho.
Eu acho que o direito de escrever sobre alguém sem sua permissão explícita tem uma função crucial em uma sociedade livre. Isso não permite a um escritor ser irresponsável ou mesquinho, mas mantém figuras públicas (e em particular os políticos) longe de distorcer a verdade sobre si mesmos e suas façanhas. Livros autorizados acabam se tornando "chapa branca" - higienizados para a proteção da figura pública - que podem distorcer a história, o presente e o futuro. Contanto que um escritor tenha um padrão de honestidade e decência, pessoas honestas não devem ter medo de serem assuntos para eles."
Ellsworth-Jones
Ellsworth-Jones é autor de "Banksy - Por trás das paredes". O livro não teve autorização nem entrevista de Banksy - que esconde sua identidade - mas buscou pessoas próximas ao artista e outras fontes.
"Eu acho que há questões fáceis e difíceis no equilíbrio de liberdade de expressão e privacidade. Essa é uma das fáceis: [a regra brasileira] parece que uma lei ultrajante. Eu certamente não poderia ter escrito o meu livro sobre Banksy, porque ele não teria me dado permissão. As pessoas estão corretamente protegidas pelas leis de difamação, mas a lei brasileira como foi descrita é um enorme golpe à liberdade de expressão.
Perguntei à assistente de relações públicas de Banksy por uma entrevista e ela disse que não levaria o assunto adiante a menos que eu mostrasse o manuscrito do livro. Eu não estava preparado para fazer isso, então não houve entrevista. Mas sob o direito brasileiro, em seguida, Banksy poderia ter parado o livro. Isso é revoltante (e eu acho que Banksy pensaria assim também). "
Blaza Popovic
Blaza é autor de "A Biografia de Novak Djokovic", sobre o tenista da Sérvia. A biografia foi feita por encomenda da editora brasileira Évora.
"Qualquer um pode escrever uma biografia sobre quem quer que seja, autorizada ou não. Se não há falsas declarações ou dano às reputações das pessoas, não há base para qualquer tipo de ação legal contra o autor ou seu agente literário. O único problema é no caso de marcas, que podem usar nomes de pessoas e suas imagens para uso comercial delas."
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Re: Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
Capa da Veja esta semana:
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Jamm- Farrista além das fronteiras da sanidade
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Data de inscrição : 18/06/2010
Re: Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
Todo revolucionário de esquerda é um ditador de direita a emergir.
Victor Pax- Farrista já viciei...
- Mensagens : 4157
Data de inscrição : 05/07/2010
Re: Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
Quem homem mais covarde esse Roberto Carlos. Ele causou toda a discussão proibindo a publicação de sua biografia. Com a repercussão negativa ele publicou um vídeo dizendo que foi mal interpretado, que não eram bem isso, ele não queria censurar ninguém, bla, bla, bla.....
E agora o que ele faz? Anunciou sua saída do grupo "Procure Saber" o grupo de artistas que tentam impedir a publicação das biografias.
Fez todo o circo e agora pulou fora.
E agora o que ele faz? Anunciou sua saída do grupo "Procure Saber" o grupo de artistas que tentam impedir a publicação das biografias.
Fez todo o circo e agora pulou fora.
Re: Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
tipo o que achei tosco na verdade foi o roberto vetar uma biografia sobre a jovem guarda porque discordava dela e ainda querer uma grana para autorizar ela,como se o movimento musical fosse unica e exclusivamente dele
_________________
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"Seu verdadeiro lar está dentro do seu coração e continua com você onde quer que você vá; mas um lugar legal e aconchegante é um motivo maravilhoso para voltar para casa!"
-J.R.R.Tolkien
Re: Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
Ainda acho que o "ponto de discórdia" foram as partes das orgias e pedofilia.... pegariam mal para as avozinhas que ainda curtem esse cantor gospel (pois para mim é isso que o RC é) e com esse público moralista e hipócrita (que vive falando da pureza e castidade da década de 60-70) essa informação poderia ter repercussão financeira quando ele lança-se o milionésimo CD com as mesmas músicas.
Victor Pax- Farrista já viciei...
- Mensagens : 4157
Data de inscrição : 05/07/2010
Re: Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
quem mudou a capa que botei? kkkk
Jamm- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 18746
Data de inscrição : 18/06/2010
Re: Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
A Veja... esse link que tu postou talvez seja da capa da semana, atualizado toda semana com uma capa nova.Jamm escreveu:quem mudou a capa que botei? kkkk
Por isso que sempre uso e recomendo o [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] pra postar imagens... no canto superior direito tem as duas opções, Computer (imagens do computador) e Web (imagens direto da internet). Isso evita surpresas desagradáveis...
Re: Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
hauauahua
Mais outro que arregou:
Caetano Veloso
"Eu não tenho interesse nenhum em controlar nada que diga respeito à minha vida pessoal. Nem biografia, nem filme, nem revelações sobre minha vida. Podem dizer o que quiserem, divulgar o que quiserem. Não tenho esse negócio, nunca tive. Porém, tenho respeito pelos meus colegas e apoiei a decisão deles de querer tomar cuidado e acho que é um direito. As pessoas precisam ser ouvidas", disse ele.
Mais outro que arregou:
Caetano Veloso
"Eu não tenho interesse nenhum em controlar nada que diga respeito à minha vida pessoal. Nem biografia, nem filme, nem revelações sobre minha vida. Podem dizer o que quiserem, divulgar o que quiserem. Não tenho esse negócio, nunca tive. Porém, tenho respeito pelos meus colegas e apoiei a decisão deles de querer tomar cuidado e acho que é um direito. As pessoas precisam ser ouvidas", disse ele.
Re: Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
ele é black block.....
Jamm- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 18746
Data de inscrição : 18/06/2010
Re: Jair Bolsonaro: "Chico, Caetano e Gil estão defendendo minha tese"
por ai mesmo...Victor Pax escreveu:Ainda acho que o "ponto de discórdia" foram as partes das orgias e pedofilia.... pegariam mal para as avozinhas que ainda curtem esse cantor gospel (pois para mim é isso que o RC é) e com esse público moralista e hipócrita (que vive falando da pureza e castidade da década de 60-70) essa informação poderia ter repercussão financeira quando ele lança-se o milionésimo CD com as mesmas músicas.
Mononoke Hime- Farrista "We are the Champions"
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