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Sessão para votar mudança da meta fiscal no Congresso gera tumulto e revolta

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Mensagem por Questao Qui Dez 04, 2014 6:44 pm

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BRASÍLIA - O governo fracassou nesta terça-feira na sua quarta tentativa de votar a proposta que permite o descumprimento da meta fiscal de 2014. Um clima de guerra se instalou na sessão do Congresso, com brigas e xingamentos entre manifestantes, parlamentares e seguranças nas galerias da Casa, o que levou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) a suspender os trabalhos.

Após dias de rebeldia entre os aliados, os principais partidos da base entraram em acordo para ajudar o Palácio do Planalto a aprovar a medida. Porém, a oposição, com ajuda de um grupo que acompanhava a sessão nas galerias da Câmara e gritava palavras de ordem contra parlamentares da base, conseguiu impedir a análise do projeto.


Visivelmente ainda irritado, o presidente do Congresso criticou a atuação dos manifestantes e chegou a sugerir que seriam manifestantes "assalariados".

- Suspendemos a sessão. Esse é um caso único na história do Congresso nacional: 26 pessoas, presumivelmente assalariadas, obstruíram os trabalhos do Congresso. Isso demonstra a absoluta responsabilidade que a oposição tem com o fato. São 26 pessoas assalariadas que paralisam o Congresso nacional. Que democracia é essa que eles pedem e cobram diariamente? São 26 pessoas instrumentalizadas, provocando o Congresso, tumultuando. Não dá para trabalhar e conduzir uma sessão desta forma - desabafou Renan.

— pessoas instrumentalizadas, provocando o Congresso, tumultuando. Não dá para trabalhar e conduzir a sessão dessa forma — disse Renan.
O plenário da Câmara, onde ocorrem as sessões do Congresso, virou um verdadeiro ringue. Enquanto nas galerias havia enfrentamento entre seguranças, manifestantes e parlamentares da oposição, alguns deputados e senadores trocavam xingamentos no plenário, a poucos metros de Renan, que parecia atônito com o tumulto. A confusão começou quando ele mandou esvaziar as galerias, por volta das 19h45m. Nesse momento, os manifestantes gritavam palavras de ordem contra Renan e o PT.


— Ditador (para Renan)! O PT roubou! Vai para Cuba! — gritavam os cerca de manifestantes nas galerias.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e a senadora Vanezza Grazziotim (PCdoB-AM), que estavam discursando, entenderam que foram xingadas de vagabundas. Jandira exigiu providências.

— Não ouvi, mas a deputada disse que estavam nos chamando de vagabundas. E a deputada Manoela D´Ávila (PCdoB-RS) contou que havia uma manifestante nos chamado de safadas — disse Vanessa.

— Chamar de vagabunda é inadmissível! Minha proposta é que se esvaziem as galerias. Que se respeitem os parlamentares! — disse Jandira.

Os seguranças foram às galerias para retirar os manifestantes, a maioria ligada ao PSDB, e usaram até uma arma que dá choque. Os líderes dos partidos de oposição, então, subiram para proteger os manifestantes, e começou a briga. Os mais exaltados eram os deputados Ronaldo Caiado (DEM-GO), líder da Minoria no Congresso, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Fernando Francischini (SD-PR) e Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) — este, o mais irritado, que chegou a empurrar e dar cotoveladas num segurança:

— Me solte que eu sou deputado! — gritava.

Uma idosa de 79 anos, Ruth Gomes de Sá, afirmou ter sido agredida pelos seguranças.

— Eles me deram uma gravata! — disse a aposentada, que disse ser ligada ao PSDB.

Num dos momentos mais tensos , os deputados Felipe Maia (DEM-RN) e Assis Melo (PCdoB-RS) trocaram acusações e empurrões. Assis teve que ser contido por colegas do partido e Maia, pelos correligionários democratas, inclusive seu pai, o senador Agripino Maia (DEM-RN). Outro embate ocorreu entre Domingos Sávio (PSDB-MG) e Amauri Teixeira (PT-BA).

— Disse ao Amauri que ele era gordo, mas não era dois! — contou Sávio, que está usando muletas por ter operado um dos joelhos.

Os manifestantes, parte deles convocada pelo deputado Izalci (PSDB-DF), registraram boletim de ocorrência por terem sido agredidos.

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O governo terá dificuldade para conseguir quorum hoje.

— Foi uma vitória nossa (da oposição) — admitiu o líder do PSDB, Antônio Imbassahy (BA).

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) reagiu.

- O senador Renan aceitou que partidos da base, em especial o PT, deixassem as galerias vazias, ao não distribuírem as suas senhas. Esse sim, um acinte, um desrespeito ao Congresso Nacional. Ao impedir o povo brasileiro de participar desta sessão, radicalizou-se o clima. E é uma ilusão porque o povo está participando nas redes sociais, em casa, nas universidades e vai participar cada vez mais. Faltou a meu ver, aqui hoje, respeito à democracia - disse Aécio.



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