Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG vira boca de fumo
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Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG vira boca de fumo
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Enquanto alunos assistem atentos às aulas em salas um tanto vazias, a 10 metros, nos corredores, jovens consomem e vendem maconha, cocaína, LSD e loló em pleno Diretório Acadêmico, que deveria dar suporte aos estudantes, mas se tornou boca de fumo. O tráfico e o uso de drogas no câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Pampulha, tomaram conta de vários espaços e se instalou de forma acintosa e aberta dentro do DA da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich). O local está completamente degradado, com pichações alusivas a entorpecentes e gangues disputando espaços nas paredes e móveis. Uma fila de alunos, com cadernos debaixo do braço e mochilas nas costas, conta dinheiro para consumir as drogas entregues a eles sem qualquer constrangimento.
A reportagem do Estado de Minas e da TV Alterosa passou a noite de ontem nas dependências da Fafich e testemunhou a compra, a venda e o consumo de drogas em vários locais. Logo que se chega aos corredores do terceiro andar, onde funciona o DA, o volume alto das músicas de funk dá indício de que uma festa está ocorrendo por perto. À distância, a imagem do sala onde funciona o DA causa impacto, por causa das paredes e vidros pichados, algumas vidraças quebradas e iluminação em meia luz. O cheiro característico de maconha domina o ambiente. Sentados, recostados às muretas dos corredores e em grupinhos fechados, jovens de bonés negociam buchas de maconha e consomem a droga em cigarros que rodam de mão em mão. Tudo isso entre o vaivém de estudantes, professores e funcionários, que apesar de aparentar ciência do que está acontecendo, desviam seus olhares e até o trajeto.
Para entrar na sala do DA, é preciso atravessar um corredor estreito e escuro que lembra uma boca de fumo. Os jovens que vendem e consomem drogas entram e saem o tempo todo, como se estivessem apressados. Para entrar na sala, a reportagem, sem se identificar, seguiu com um casal de alunos que ainda carregavam cadernos e livros. O rapaz, de blusa xadrez e calça jeans, parecia ser amigo da jovem que vestia short e blusa xadrez. Os dois aparentavam ter menos de 20 anos e chegaram como se já conhecessem o esquema. O estudante foi quem pediu a droga a um dos traficantes, usando boné. “Quero maconha”, disse, simplesmente. O casal então foi levado até o fornecedor que tinha a droga, um adolescente de chinelos e short, que estava encostado em uma mesa. O traficante abriu uma sacolinha e expôs a erva solta, tirou com a mão um punhado e passou para o estudante. Imediatamente, o aluno dispôs a maconha num papel próprio e enrolou um cigarro, enquanto deixava o espaço. Depois, os dois foram vistos acendendo o cigarro.
As negociações precisam ser feitas em voz alta devido ao volume alto do funk que toca e embala coreografias e cantorias do jovens do DA. Eles ainda se dividem entre partidas de baralho em mesas pichadas e sinuca. Todas as paredes de dentro estão rabiscadas e sujas. O mesmo rapaz que levou o casal ao traficante ofereceu maconha para a reportagem. Quando lhe foi pedido cocaína, ele disse que não tinha e pediu para um rapaz de camisa branca e boné, que estava num computador acessando uma rede social, que atendesse a clientela. “O que você quer?”, perguntou. Indagado se tinha cocaína, ele enfiou a mão na bolsa da calça jeans e tirou uma caixa de fósforo cheia de pinos de plástico com pó branco. “São R$ 30 o pino”, respondeu.
O tráfico de drogas tomou conta até da porta do banheiro feminino que serve ao corredor da faculdade. Uma dupla de estudantes, aparentemente entorpecidos, com os olhos vermelhos e fala arrastada, ofereceu LSD, que chamam de doce. A droga estava embalada num pedaço de papel alumínio que ele tinha na mão. Cada quadradinho custa R$ 25. Em meio às negociações, um deles coloca o LSD na boca e guarda a droga na capa do celular. Em tom de brincadeira, diz que vai voltar para casa drogado. “Vou chegar em casa e minha mãe vai me perguntar por que estou assim: rindo à toa”. E emenda: “Se precisar de alguma coisa (droga), é só me procurar. Fico sempre por aqui”.
Do lado de fora, parte desses jovens envolvidos com o consumo e venda de entorpecentes frequenta uma festa perto do estacionamento da Fafich. Lá também são vendidas drogas por pessoas que não são estudantes. Cerveja, catuaba, vodca e outras bebidas são consumidas freneticamente ao som de música eletrônica. Adolescentes bebiam e fumavam maconha sem qualquer medo de repressão dos seguranças que passavam à distância. Até a turma que roda de bicicleta pela noite, percorrendo as trilhas da universidade, tem medo desse movimento. “Agora,vamos entrar na área da festa ‘Na Tora’. Cuidado, viu, gente?”, advertiu o líder do pelotão de ciclistas.
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"Seu verdadeiro lar está dentro do seu coração e continua com você onde quer que você vá; mas um lugar legal e aconchegante é um motivo maravilhoso para voltar para casa!"
-J.R.R.Tolkien
Re: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG vira boca de fumo
No meu tempo de FAFICH essa coisas já existiam, mas eram, diga-se, menos explícitas e menos intensas.
(Não me perguntem muito sobre esse assunto porque eu não mexo com drogas em nenhum sentido.)
Há alguns meses, voltei na FAFICH por nostalgia e fiquei assustado com aquele lugar. Realmente, aquele lugar não se parece mais com uma faculdade, mas não vi nada relacionado a drogas. Também não procurei por isso porque não me interessa.
Saí de lá com a nítida impressão que determinadas coisas e lugares realmente não devem se popularizar. Chamem-me de reacionário, elitista, do que for. Não mudo de ideia sobre esse assunto em específico. Determinados coisas e locais não podem se popularizar. As pessoas é que devem se elevar ao seu nível.
(Não me perguntem muito sobre esse assunto porque eu não mexo com drogas em nenhum sentido.)
Há alguns meses, voltei na FAFICH por nostalgia e fiquei assustado com aquele lugar. Realmente, aquele lugar não se parece mais com uma faculdade, mas não vi nada relacionado a drogas. Também não procurei por isso porque não me interessa.
Saí de lá com a nítida impressão que determinadas coisas e lugares realmente não devem se popularizar. Chamem-me de reacionário, elitista, do que for. Não mudo de ideia sobre esse assunto em específico. Determinados coisas e locais não podem se popularizar. As pessoas é que devem se elevar ao seu nível.
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