Pesquisa revela insatisfação com excesso de teoria e falta de prática do atual modelo de ensino
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Pesquisa revela insatisfação com excesso de teoria e falta de prática do atual modelo de ensino
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RIO - O atual modelo de ensino no Brasil não prepara os jovens para a vida. Há excesso de conteúdo, e pouco espaço para desenvolver habilidades que permitam a eles usar o conhecimento em atividades práticas. É desta forma que o jovem vê o ensino básico no Brasil, segundo a pesquisa Projetos de Vida, feita pela Fundação Lemann, com o objetivo de contribuir para as discussões de reforma do currículo em andamento na construção da Base Nacional Comum (BNC). A visão negativa aparece não apenas no depoimento dos que acabaram de entrar na faculdade. Ela também é compartilhada por especialistas, professores universitários, empregadores e ONGs. Ou seja, todos concordam que o atual modelo não prepara os jovens para a vida. Há excesso de conteúdo e pouco espaço para desenvolver habilidades.
— A sociedade espera que os jovens sejam capazes de aplicar os conhecimentos aprendidos na escola em situações reais. Na universidade, professores esperam que os jovens consigam, por exemplo, articular suas opiniões e se expressar com clareza para defender um argumento em sala — afirma Camila Pereira, diretora de Políticas Educacionais da fundação. — Um jovem no seu primeiro emprego quer usar seus conhecimentos de matemática para interpretar gráficos e tabelas. A sociedade espera que os jovens saiam da escola tendo desenvolvido uma série de habilidades, não tendo aprendido apenas uma lista de conteúdos.
O levantamento foi feito a partir de 126 entrevistas em profundidade com jovens, empregadores, professores universitários, especialistas e ONGs.
Os próprios estudantes afirmaram que sentiram deficiências em suas formações. Além do entendimento de que a escola não forma o jovem para a vida, outras conclusões da pesquisa são a percepção de que a escola usa métodos atrasados e inadequados. Apareceu também, principalmente por parte de empregadores e professores, a demanda por habilidades socioemocionais, como foco, persistência, autonomia e curiosidade.
A pesquisa entrevistou jovens com boas notas no Enem. Foram eles que afirmaram que a escola não prepara, não traz autonomia e não faz com que o aluno descubra suas aptidões. Como contraponto, pedem aulas mais dinâmicas, exemplos práticos e professores que troquem experiência sobre o que acontece após a entrega do diploma.
Karina Madruga, de 17 anos, já viveu entre os dois mundos. Ela reclama que seu antigo colégio era conteudista e que tudo se resumia a testes e provas. Atualmente no 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Chico Anysio, considerada uma unidade de referência no Rio, a aluna afirma que a educação pode ser diferente.
— Num todo, a escola é atrasada, mas há exceções. Já estudei em um colégio cujo único objetivo era ter uma boa nota na prova. Hoje, vejo que o colégio pode ser um lugar para o desenvolvimento de habilidades positivas como o trabalho em equipe, a iniciativa e a busca pelo conhecimento. Isso tudo sem ser estimulada uma competição como nas escolas tradicionais — afirma Karina, que sonha em cursar Direito na Uerj e ter seu próprio escritório.
PARA FACULDADES, POSTURA É MAIS IMPORTANTE
Esse desenvolvimento de habilidades é visto como fundamental para professores universitários e empregadores. Falta de entendimento de instruções, dificuldades para se expressar e medo de repreensão são três das dificuldades vistas no jovem formado quando vai para a faculdade ou está em seu primeiro trabalho, de acordo com o levantamento.
— Penso que a escola tem que ser um local onde o aluno tenha uma formação boa em conteúdo, mas também crie e aprimore competências. Ele deve começar a desenvolver autonomia, comprometimento, proatividade e trabalho em equipe nesse período. Não é para ele se formar e já ser excelente nessas habilidades, mas não pode ser algo que começa do zero — afirma Jacqueline Resch, diretora da consultoria Resch, especializada em recrutamento, que a pedido do GLOBO comentou os resultados da pesquisa.
A situação no ensino superior também não é favorável para o atual aluno oriundo do ensino básico. Na pesquisa, os professores universitários afirmaram que o estudante precisa ser proativo e se antecipar às ordens, além de executar as tarefas de forma adequada. Para eles, a postura é mais importante do que o conhecimento específico.
Henrique Neto, chefe do Centro de Graduação da Fundação Getúlio Vargas, concorda com o diagnóstico da pesquisa:
— O colégio prepara o aluno para fazer o Enem e não para ver o mundo. Muitas vezes é dada para a universidade a responsabilidade de realfabetizar o aluno. A formação tem que pensar na autonomia, na resiliência, na ética. Temos que voltar à pergunta principal: ensinar o quê? Esta discussão precisa ser feita pela sociedade para que o aluno formado possa ser um profissional e um cidadão melhor.
Foi nesta perspectiva que a pesquisa entrevistou ONGs para saber o que falta na formação dos jovens para que sejam cidadãos mais atuantes.
— O colégio tem que ser mais formativo, se pautar em valores. A escola de hoje não oferece isso, mas não é culpa dela. É do modelo. Ele está voltado para um saber acadêmico direcionado a uma escola que era só para as elites. A sociedade mudou, mas o modelo escolar não. O colégio tem que passar a pensar as habilidades que este jovem pode desenvolver — diz Maria Thereza Marcilio, gestora da ONG Avante, direcionada a direitos educacionais.
Apesar dos vários problemas apontados, a solução parece ter um ponto inicial comum: um novo modelo educacional. Em termos práticos, os autores da pesquisa veem na construção da Base Nacional Comum (BNC) uma matriz sobre o essencial a ser aprendido, uma oportunidade para que a escola deixe de ser alvo de críticas.
— A BNC, que começou a ser construída pelo MEC, é uma grande oportunidade para reduzir a desconexão entre o que é ensinado nas escolas e as habilidades realmente essenciais para os jovens. Como ela deve ser parte dos currículos de todas as escolas do país, se essa base tiver grande qualidade e definir os conhecimentos e habilidades essenciais que todos devem aprender, ela pode ajudar o Brasil a avançar bastante — afirma Camila Pereira.
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"Seu verdadeiro lar está dentro do seu coração e continua com você onde quer que você vá; mas um lugar legal e aconchegante é um motivo maravilhoso para voltar para casa!"
-J.R.R.Tolkien
Re: Pesquisa revela insatisfação com excesso de teoria e falta de prática do atual modelo de ensino
Tsc, precisamos de mais escolas técnicas.
Ensinar aos estudantes o valor do comunismo, como devemos lutar contra o sistema capitalista e fazer greves e passeatas não ajuda em nada.
E ainda reclamam que tem muito ensino prático nas escolas de São Paulo.
Os educadores (aqueles lá de cima, que mandam) vivem querendo criar o próximo Marx, o próximo Guevara, mas não se importam tanto em criar o próximo Ford, o próximo Dumont ou o próximo Gates.
Por uma escola mais voltada ao real e não à fantasias políticas que se provaram falsas!
Ensinar aos estudantes o valor do comunismo, como devemos lutar contra o sistema capitalista e fazer greves e passeatas não ajuda em nada.
E ainda reclamam que tem muito ensino prático nas escolas de São Paulo.
Os educadores (aqueles lá de cima, que mandam) vivem querendo criar o próximo Marx, o próximo Guevara, mas não se importam tanto em criar o próximo Ford, o próximo Dumont ou o próximo Gates.
Por uma escola mais voltada ao real e não à fantasias políticas que se provaram falsas!
Goris- Farrista Cheguei até aqui. Problem?
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Re: Pesquisa revela insatisfação com excesso de teoria e falta de prática do atual modelo de ensino
Na universidade, professores esperam que os jovens consigam, por exemplo, articular suas opiniões e se expressar com clareza para defender um argumento em sala
Hum.. ou seja algo que qualquer um que faça uma prova no ensino médio tem de dominar.
Um jovem no seu primeiro emprego quer usar seus conhecimentos de matemática para interpretar gráficos e tabelas.
Novamente presentes até na apresentação da tão detestado ensino da teoria... aliás uma das teorias ensinadas no ensino médio é justamente a confecção de tabelas e gráficos.
Hoje, vejo que o colégio pode ser um lugar para o desenvolvimento de habilidades positivas como o trabalho em equipe, a iniciativa e a busca pelo conhecimento.
Peça a um grupo de alunos para fazer um trabalho em grupo e se não der o título eles nem se esforçam para pensar em um e 90% do grupo joga o trabalho nas costas de um deles que recorre ao mínimo de fontes que encontrar no google.
Só sei que essas novos modelas de ensino só se preocupam em acabar (ou reduzir ao mínimo) matérias inúteis como português, matemática, biologia, química, física, geografia, história, filosofia, etc, e atitudes como provas, trabalhos, lições, etc... resumindo o aprendizado a artes, educação física (que devem ser opcionais) e recreio e sempre padronizar o aprendizado pelo pior aluno na sala.. afinal a mediocridade é o padrão.
Victor Pax- Farrista já viciei...
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