[Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
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marcelo l.
Goris
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[Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
Vou contar uma história absolutamente totalmente hipotética, quase absurda de tão impossível e gostaria da opinião de vocês.
Uma família teve 3 filhos, dois meninos e uma menina. Os pais, trabalhadores, acordavam cedo e iam trabalhar. O pai acordava mais cedo que todos, pois seu trabalho ficava a duas horas de onde moravam na ida e quase 3 na volta. A mãe morava mais perto e tinha tempo de voltar pra casa e buscar as crianças na escola, fazer almoço pra elas e voltar pro trabalho. Depois, era aquele lance de limpar, lavar, cozinhar, típico de famílias não muito ricas.
O filho mais velho era muito esforçado, saiu da escola ao completar a 9ª série para trabalhar e ajudar no orçamento familiar. Ele sempre quis voltar a estudar pra melhorar de vida, mas sempre havia algum impecilho, horas extras na construção onde trabalhava, problemas de locomoção casa-trabalho-escola... Mas depois de vários anos, ele conseguiu uma aula noturna. De certa forma, ainda que menos estudado ele queria que os irmãos tivessem uma vida melhor e estudassem.
O filho do meio era aquele cara que queria ser rico, algumas vezes brigando em casa por não ter roupas melhores e um celular da moda, mas assim mesmo, sem nem gostar tanto de estudar, se esforçava e estudou bem mais que o irmão, trabalhando num emprego bem melhor. Ele até não ajudava tanto em casa - porque seus gastos próprios eram altos - mas ajudava. Então, também ele era um trabalhador e tinha uma vida comum a tantos outros.
A filha mais nova, no entanto, aos 14 anos passou a fingir ir pra escola e sair pra usar drogas com amigos do bairro. Logo, se tornou amiga e conhecida dos amigos dos traficantes e começou a transar com eles, seja pela droga seja por prazer. Aos 16 passou a ir a bailes e a consumir muitas drogas e a transar com qualquer um, transar era normal pra ela, como é normal pra muita gente dar beijinhos na boca nos blocos de carnaval.
Quando ela reprovou aos 15 por falta às aulas os pais passaram a conversar muito com ela, ela dizia que ia melhorar, que só matava aula pra ir no shopping com as amigas. O pai chegou a ameaçar bater nela, mas a mãe disse que era algo normal da idade e a fez prometer que não ia mais fazer isso. Ela ia mais vezes às reuniões de escola e sempre que ouvia das falta da filha, conversava com ela. Finalmente quando ela foi reprovada novamente por faltas, o pai começou a ser mais severo com ela. Começaram a brigar. Muitas vezes ela fingia ir dormir para pular a janela e ir pra bailes funk, consumindo drogas e transando com várias caras igual outras meninas faziam e igual eles gostavam muito.
Finalmente, um dia, diversos vídeos dela transando não com um ou dois ou três garotos, mas videos dela transando com 5, vídeos dela claramente drogada pagando boquete e havendo uma fila de caras atrás dela pra enrabá-la, o pai tomou ciência de toda a extensão da vida da jovem e a estapeou na cara duas vezes e a levou da esquina até em casa batendo com as mãos na bunda dela. Num ato meio sem pensar ele disse "se vc é adulta o suficiente pra aparecer na internet dando pra 20, vc vai ser adulta o suficiente pra aparecer na internet dizendo que se arrepende disso" e publicou o vídeo que, junto com o vídeo dela pagando boquete para rapazes num baile e outro dela numa van, pagando boquete pra um cara enquanto outro a enrabava e uma fila com mais de 5 pessoas atrás esperando a vez virou febre.
Crime. Expor uma menor de idade é crime. Simples assim.
Acham que o pai deveria ser preso por agressão e exposição de menores? Acham que dá pra entender a reação dele? Ou é machismo demais um pai achar errado a filha de 16 dando pra vários caras?
Qual a opinião de vocês?
PS: Sinto muito, não corri atrás dos vídeos. Sou puritano.
Uma família teve 3 filhos, dois meninos e uma menina. Os pais, trabalhadores, acordavam cedo e iam trabalhar. O pai acordava mais cedo que todos, pois seu trabalho ficava a duas horas de onde moravam na ida e quase 3 na volta. A mãe morava mais perto e tinha tempo de voltar pra casa e buscar as crianças na escola, fazer almoço pra elas e voltar pro trabalho. Depois, era aquele lance de limpar, lavar, cozinhar, típico de famílias não muito ricas.
O filho mais velho era muito esforçado, saiu da escola ao completar a 9ª série para trabalhar e ajudar no orçamento familiar. Ele sempre quis voltar a estudar pra melhorar de vida, mas sempre havia algum impecilho, horas extras na construção onde trabalhava, problemas de locomoção casa-trabalho-escola... Mas depois de vários anos, ele conseguiu uma aula noturna. De certa forma, ainda que menos estudado ele queria que os irmãos tivessem uma vida melhor e estudassem.
O filho do meio era aquele cara que queria ser rico, algumas vezes brigando em casa por não ter roupas melhores e um celular da moda, mas assim mesmo, sem nem gostar tanto de estudar, se esforçava e estudou bem mais que o irmão, trabalhando num emprego bem melhor. Ele até não ajudava tanto em casa - porque seus gastos próprios eram altos - mas ajudava. Então, também ele era um trabalhador e tinha uma vida comum a tantos outros.
A filha mais nova, no entanto, aos 14 anos passou a fingir ir pra escola e sair pra usar drogas com amigos do bairro. Logo, se tornou amiga e conhecida dos amigos dos traficantes e começou a transar com eles, seja pela droga seja por prazer. Aos 16 passou a ir a bailes e a consumir muitas drogas e a transar com qualquer um, transar era normal pra ela, como é normal pra muita gente dar beijinhos na boca nos blocos de carnaval.
Quando ela reprovou aos 15 por falta às aulas os pais passaram a conversar muito com ela, ela dizia que ia melhorar, que só matava aula pra ir no shopping com as amigas. O pai chegou a ameaçar bater nela, mas a mãe disse que era algo normal da idade e a fez prometer que não ia mais fazer isso. Ela ia mais vezes às reuniões de escola e sempre que ouvia das falta da filha, conversava com ela. Finalmente quando ela foi reprovada novamente por faltas, o pai começou a ser mais severo com ela. Começaram a brigar. Muitas vezes ela fingia ir dormir para pular a janela e ir pra bailes funk, consumindo drogas e transando com várias caras igual outras meninas faziam e igual eles gostavam muito.
Finalmente, um dia, diversos vídeos dela transando não com um ou dois ou três garotos, mas videos dela transando com 5, vídeos dela claramente drogada pagando boquete e havendo uma fila de caras atrás dela pra enrabá-la, o pai tomou ciência de toda a extensão da vida da jovem e a estapeou na cara duas vezes e a levou da esquina até em casa batendo com as mãos na bunda dela. Num ato meio sem pensar ele disse "se vc é adulta o suficiente pra aparecer na internet dando pra 20, vc vai ser adulta o suficiente pra aparecer na internet dizendo que se arrepende disso" e publicou o vídeo que, junto com o vídeo dela pagando boquete para rapazes num baile e outro dela numa van, pagando boquete pra um cara enquanto outro a enrabava e uma fila com mais de 5 pessoas atrás esperando a vez virou febre.
Crime. Expor uma menor de idade é crime. Simples assim.
Acham que o pai deveria ser preso por agressão e exposição de menores? Acham que dá pra entender a reação dele? Ou é machismo demais um pai achar errado a filha de 16 dando pra vários caras?
Qual a opinião de vocês?
PS: Sinto muito, não corri atrás dos vídeos. Sou puritano.
Goris- Farrista Cheguei até aqui. Problem?
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Localização : Volta Redonda / RJ
Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
Acredito que exista crime no sentido strito de quem participou da orgia, agora o pai e a filha poderiam ter uma transação penal de algum trabalho comunitário até por que é ruim incentivar, até por que mais tarde vai ter alguém exagerando, e a filha vai por que ela tem que entender que deu causa ao pai. E mesmo se tiver um menor na "orgia", vai para trabalho comunitário também.
marcelo l.- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 6877
Data de inscrição : 15/06/2010
Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
1. pai deveria responder pela atitude dele? sim. não da mesma maneira daqueles que agridem a família gratuitamente, claro que não.
uma multa e aconselhamento familiar estaria de bom tamanho.
2. ainda no século XXI, ainda carregamos antigos costumes, como "a conduta de nossos filho reflete na nossa família" e blablabla.
claro que os ensinamentos e os valores que os pais passam para os filhos são importantes, mas isso vai até um certo ponto. depois disso é com eles.
para um pai, ver isso deve ser extremamente decepcionante, mas também não dá pra blindar a família como se fazia há tempos atrás.
mais importante é ensinar os filhos a assumir suas responsabilidades e responder pelos seus atos.
uma multa e aconselhamento familiar estaria de bom tamanho.
2. ainda no século XXI, ainda carregamos antigos costumes, como "a conduta de nossos filho reflete na nossa família" e blablabla.
claro que os ensinamentos e os valores que os pais passam para os filhos são importantes, mas isso vai até um certo ponto. depois disso é com eles.
para um pai, ver isso deve ser extremamente decepcionante, mas também não dá pra blindar a família como se fazia há tempos atrás.
mais importante é ensinar os filhos a assumir suas responsabilidades e responder pelos seus atos.
Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
eu escrevi umas 42 linhas, mas resolvi não publicar pois a vida hj em dia ao meu ver tudo é "pura hipocrisia"
dvdlimas- Farrista das mil e uma noites
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Idade : 44
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Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
Acho que tu deveria publicar...dvdlimas escreveu:eu escrevi umas 42 linhas, mas resolvi não publicar pois a vida hj em dia ao meu ver tudo é "pura hipocrisia"
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
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Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
ediv_diVad escreveu:Acho que tu deveria publicar...dvdlimas escreveu:eu escrevi umas 42 linhas, mas resolvi não publicar pois a vida hj em dia ao meu ver tudo é "pura hipocrisia"
relaxa, a internet é a terra de informações úteis e comentários imbecis.
o que é um ou o que é outro varia do ponto de vista de uma pessoa para pessoa.
Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
Afinal, a história é real, porém contada de forma propositalmente pouco precisa para preservar os personagens dela, ou é uma história totalmente fictícia?
É difícil opinar sobre esse tipo de assunto porque hoje em dia todo mundo é muito sensível, irritável e passível de ser ofendido de modo que uma pequena coisa que alguém diga pode acabar tomando alguma proporção muito maior que deveria. É engraçado notar que esse é um tempo que clama por tolerância sem perceber que esse tipo de reação pode ser altamente intolerante. É claro que não se deve ser tolerante com tudo, mas se deve escolher apropriadamente entre tolerâncias e intolerâncias como já bem mostrou Bobbio. Muitas vezes, esse não é o caso.
Tentemos dizer algo relevante.
Em primeiro lugar, penso que deve haver aí uma separação de assuntos. Você, na verdade, já o fez, mas sinto que devo ressaltar isso. De um lado, há a relevância penal dos supostos fatos ocorridos. De outro, há uma reflexão sobre costumes como a apontada a respeito do machismo.
Não desejo me pronunciar sobre a relevância penal no momento.
Qualquer um que acompanhe o cenário brasileiro e mundial atual sabe que você foi pertinente ao colocar o problema relacionado a machismo.
Mas será que o debate deve ser posto só em termos de machismo?
Até onde a modificação de costumes deve ir? Até que ponto a liberalidade será algo construtivo de verdade?
São muitas questões para que o assunto fique reduzido só a machismo.
É difícil opinar sobre esse tipo de assunto porque hoje em dia todo mundo é muito sensível, irritável e passível de ser ofendido de modo que uma pequena coisa que alguém diga pode acabar tomando alguma proporção muito maior que deveria. É engraçado notar que esse é um tempo que clama por tolerância sem perceber que esse tipo de reação pode ser altamente intolerante. É claro que não se deve ser tolerante com tudo, mas se deve escolher apropriadamente entre tolerâncias e intolerâncias como já bem mostrou Bobbio. Muitas vezes, esse não é o caso.
Tentemos dizer algo relevante.
Em primeiro lugar, penso que deve haver aí uma separação de assuntos. Você, na verdade, já o fez, mas sinto que devo ressaltar isso. De um lado, há a relevância penal dos supostos fatos ocorridos. De outro, há uma reflexão sobre costumes como a apontada a respeito do machismo.
Não desejo me pronunciar sobre a relevância penal no momento.
Qualquer um que acompanhe o cenário brasileiro e mundial atual sabe que você foi pertinente ao colocar o problema relacionado a machismo.
Mas será que o debate deve ser posto só em termos de machismo?
Até onde a modificação de costumes deve ir? Até que ponto a liberalidade será algo construtivo de verdade?
São muitas questões para que o assunto fique reduzido só a machismo.
Quero Café- Farrista "We are the Champions"
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Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
Uma história totalmente fictícia baseada em fatos reais acontecidos semana retrasada mas com detalhes gerais pra preservar os envolvidos.
Pessoalmente, acho que o pai com certeza errou ao disponibilizar o vídeo na internet. Mas tbm entendo que como já tinha dois videos diferentes de duas ocasiões diferentes então ele não fez algo tão diferente do que os "amigos" dela fizeram.
Sobre transar com 20 pessoas numa festa e noutra ser filmada pagando boquete pra um cara enquanto outro a comia por trás e com uma fila de outros caras...
Sei lá, sou bem conservador. Não acho legal. Não acharia legal um cara transando da mesma forma com 20 pessoas sem nem saber quem são.
Existe o fator religioso, admito, mas tbm tem todo aquele fator, vc não sabe quem são os caras, não sabe quais DSTs eles podem ter, imagina rolando uma gravidez, que cara ela ia atrás pra dzer que é o pai? No fim, seria o pai dela que ia ter que criar filho dos outros.
E tem o fator idade. Quer dar pra todo mundo? Arruma um emprego, tenha sua casa e sua vida e seja feliz. O foda é vc morar debaixo do teto do pai, ele pagar suas contas e vc sair fazendo o que quer e ainda se achar no direito.
E o fator social conta bastante. Todo mundo é liberal na hora de falar que todo mundo pode fazer o que quiser e nem duvido que ninguém ligue se a namorada ou esposa teve 20, 40, 60 caras antes... Mas se vc tá com uma guria e todo mundo fala que ela dá pra qualquer um, adora sair dando sem nem se importar depois que fuma... Vc vai ficar pensando na importância que ela dá ao sexo e o quanto isso pode afetar na relação (chifres) sem falar que mesmo a pressao social faz parte.
Mas essa é miha opinão.
Sem hipocrisia.
Pessoalmente, acho que o pai com certeza errou ao disponibilizar o vídeo na internet. Mas tbm entendo que como já tinha dois videos diferentes de duas ocasiões diferentes então ele não fez algo tão diferente do que os "amigos" dela fizeram.
Sobre transar com 20 pessoas numa festa e noutra ser filmada pagando boquete pra um cara enquanto outro a comia por trás e com uma fila de outros caras...
Sei lá, sou bem conservador. Não acho legal. Não acharia legal um cara transando da mesma forma com 20 pessoas sem nem saber quem são.
Existe o fator religioso, admito, mas tbm tem todo aquele fator, vc não sabe quem são os caras, não sabe quais DSTs eles podem ter, imagina rolando uma gravidez, que cara ela ia atrás pra dzer que é o pai? No fim, seria o pai dela que ia ter que criar filho dos outros.
E tem o fator idade. Quer dar pra todo mundo? Arruma um emprego, tenha sua casa e sua vida e seja feliz. O foda é vc morar debaixo do teto do pai, ele pagar suas contas e vc sair fazendo o que quer e ainda se achar no direito.
E o fator social conta bastante. Todo mundo é liberal na hora de falar que todo mundo pode fazer o que quiser e nem duvido que ninguém ligue se a namorada ou esposa teve 20, 40, 60 caras antes... Mas se vc tá com uma guria e todo mundo fala que ela dá pra qualquer um, adora sair dando sem nem se importar depois que fuma... Vc vai ficar pensando na importância que ela dá ao sexo e o quanto isso pode afetar na relação (chifres) sem falar que mesmo a pressao social faz parte.
Mas essa é miha opinão.
Sem hipocrisia.
Goris- Farrista Cheguei até aqui. Problem?
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Localização : Volta Redonda / RJ
Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
Existe uma diferença entre ser conservador, progressista, libertário, liberal, machista ou feminista e entre ser simplesmente animalesco.
Por mais que uma pessoa seja conservadora ou liberal, há que haver um limite tanto para a repreensão de determinados hábitos quanto a liberação ou tolerância.
Isso quer dizer que assim como um conservador sensato deve entender o limite da auto e hetero censura dos costumes, um liberal deve entender que deve haver um limite para o livre curso dos hábitos.
Aqui, trata-se dos hábitos sexuais.
Bem,
Por mais liberal que alguém seja, há que se entender que um mínimo de repreensão do livre curso dos prazeres deve haver sob o risco do surgimento da mera e simples bestialidade.
Veja bem.
Não quero dizer nada de concreto sobre esse caso. Só fazer apontamentos gerais.
Até onde se deve tolerar o livre curso dos prazeres? Qual é a idade mínima para o início de práticas amorosas? Qual é a idade mínima para práticas amorosas mais "avançadas"?
Não se deve colocar casos como esse somente em termos de machismo e conservadorismo.
Por mais que uma pessoa seja conservadora ou liberal, há que haver um limite tanto para a repreensão de determinados hábitos quanto a liberação ou tolerância.
Isso quer dizer que assim como um conservador sensato deve entender o limite da auto e hetero censura dos costumes, um liberal deve entender que deve haver um limite para o livre curso dos hábitos.
Aqui, trata-se dos hábitos sexuais.
Bem,
Por mais liberal que alguém seja, há que se entender que um mínimo de repreensão do livre curso dos prazeres deve haver sob o risco do surgimento da mera e simples bestialidade.
Veja bem.
Não quero dizer nada de concreto sobre esse caso. Só fazer apontamentos gerais.
Até onde se deve tolerar o livre curso dos prazeres? Qual é a idade mínima para o início de práticas amorosas? Qual é a idade mínima para práticas amorosas mais "avançadas"?
Não se deve colocar casos como esse somente em termos de machismo e conservadorismo.
Quero Café- Farrista "We are the Champions"
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Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
A história mostra claramente que sempre que há excesso de repreensão dos prazeres quanto excesso de tolerância só se encontra hipocrisia, falso moralismo ou violência, bestialidade e empobrecimento das faculdades intelectuais.
Quero Café- Farrista "We are the Champions"
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Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
Durante os pancadões, menores gravam vídeos e postam nas redes sociais.
Equipe de reportagem acompanhou bailes funks em São Paulo por 2 meses.
Patrícia Falcoski e William Santos São Paulo, SP
Por dois meses o Jornal da Globo percorreu bailes funk de São Paulo, mais conhecidos como pancadões. A equipe de reportagem encontrou adolescentes usando drogas, bebendo e fazendo sexo no meio da rua em imagens que se multiplicam nas redes sociais. A reportagem é de Patrícia Falcoski e Wiliam Santos.
Música alta, bem alta. Os jovens tomam conta das ruas e dançam. Todo fim de semana 300 bailes funks acontecem na periferia de São Paulo. A prefeitura só autorizou 12. O restante funciona ilegalmente e muitos são controlados pelo tráfico.
Meninos e meninas bebem, usam drogas, tiram a roupa, fazem sexo e exibem armas. E o que acontece nos bailes não fica nos bailes. As festas vão parar na internet.
Os jovens postam nas redes sociais as noitadas no funk. O vídeo não é bonito, mas é para todos saberem que isso está acontecendo com adolescentes nas ruas de São Paulo. Um monte de homem faz uma rodinha em volta de uma menina que tem 16 anos.
Um deles tenta tirar a roupa dela. Quem está em volta, acha graça, dá risada e ainda grava tudo com celular.
O produtor William Santos conversou com ela. A menina contou que no dia da festa bebeu e usou drogas.
Menor: Não, não lembro de nada.
Produtor: Por que você não lembra?
Menor: Porque eu estava toda bêbada.
Produtor: E como ficou sabendo que fizeram seu vídeo?
Menor: Me mostraram.
Produtor: E, quando viu o vídeo, o que pensou?
Menor: Eu fiquei chorando. Chorei a noite toda.
Duas garotas dançam em um baile, na Zona Norte de São Paulo. No meio de uma roda, uma delas tira o short, depois, a blusa, e continua dançando enquanto a amiga, de 17 anos, registra com o celular.
Longe das festas, elas conversaram com a gente e contaram que estão sempre nos bailes. “Saio de terça a domingo. Só segunda para folgar. Vou nos bailes fechados e bailes abertos também”, conta a menor.
A amiga, que é maior de idade, disse que tirou a roupa em troca de uma garrafa de uísque. “Ele falou: ‘Eu duvido você tirar o short’. Eu falei: ‘Traz a garrafa’. Ele trouxe a garrafa e eu tirei o short. Depois continuei tirando o resto”, conta a amiga da menor.
A jovem também contou para a gente que a amiga dela não era a única menor de idade por ali. “[Tem] Criança usando droga, criança bebendo”, conta ela.
Muitos pais nem imaginam que as filhas adolescentes estão se drogando ou fazendo sexo nesses bailes, no meio da rua. A maioria nem mesmo sabe que as meninas frequentam os "fluxos" ou "pancadões", como são chamados os bailes funk na periferia de São Paulo. Quando eles dão boa noite e fecham a janela, é o sinal de que está na hora de começar a festa do lado de fora.
"Eu fugia de casa com minhas amigas todas. Nós a, dançava, bebia a noite inteira e quando dava 8 horas da manhã nós voltava", conta uma menor.
“E quando alguém fala assim: ‘Você não tem idade para isso’, você pensa o quê? Eu concordo com a pessoa. Eu não tenho idade para isso, mas eu quero curtir, quero curtir minha adolescência, não quero ficar em casa presa, entendeu? Você gostaria de ficar em casa só porque tem 13 anos?”, afirma outra menor.
“É claro que crianças e adolescentes têm direito à liberdade, têm direito à cultura, têm direito de se expressar, mas nós precisamos ter limites. Limites para evitar que essas crianças e adolescentes fiquem em uma situação de risco e fiquem expostos à violência, a crimes sexuais, a bebidas e a drogas”, alerta Ariel de Castro Alves, advogado especialista em direitos da criança e adolescente.
O Jornal da Globo conversou com Alexandre de Moraes, secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, para saber como a polícia está fazendo para impedir que traficantes controlem os bailes da periferia, promovam orgias e uso de drogas.
"A polícia faz o policiamento normal em todos os bailes funk. O que ocorre é que um mesmo baile funk, um mesmo pancadão, às vezes, 30, 40, 50 pessoas chamam por mesmo baile. Para se ter uma ideia nós temos por fim de semana em tornos de 400 chamadas", declara Alexandre de Moraes, secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo.
Uma mãe vive ligando para a polícia. É que tem um pancadão na rua da casa dela e a filha costuma ir para lá. Em uma dessas noites ela acordou com o telefone tocando. Era do hospital.
“Era duas e pouca da manhã, ela começou a ter convulsões. Ficou em coma alcoólico, como a mulher falou, né, drogada, só tendo convulsões, convulsões, convulsões. E ela não abria nem o olho. Só desmaiada. Quando ela abriu o olho, que ela me viu, ela só chorou. As lágrimas desciam do rosto dela porque a primeira pessoa que ela viu foi a mãe do lado dela. Ela, simplesmente, pegou na minha mão e falou: ‘Me perdoa’”, lembra mãe da menor.
Equipe de reportagem acompanhou bailes funks em São Paulo por 2 meses.
Patrícia Falcoski e William Santos São Paulo, SP
Por dois meses o Jornal da Globo percorreu bailes funk de São Paulo, mais conhecidos como pancadões. A equipe de reportagem encontrou adolescentes usando drogas, bebendo e fazendo sexo no meio da rua em imagens que se multiplicam nas redes sociais. A reportagem é de Patrícia Falcoski e Wiliam Santos.
Música alta, bem alta. Os jovens tomam conta das ruas e dançam. Todo fim de semana 300 bailes funks acontecem na periferia de São Paulo. A prefeitura só autorizou 12. O restante funciona ilegalmente e muitos são controlados pelo tráfico.
Meninos e meninas bebem, usam drogas, tiram a roupa, fazem sexo e exibem armas. E o que acontece nos bailes não fica nos bailes. As festas vão parar na internet.
Os jovens postam nas redes sociais as noitadas no funk. O vídeo não é bonito, mas é para todos saberem que isso está acontecendo com adolescentes nas ruas de São Paulo. Um monte de homem faz uma rodinha em volta de uma menina que tem 16 anos.
Um deles tenta tirar a roupa dela. Quem está em volta, acha graça, dá risada e ainda grava tudo com celular.
O produtor William Santos conversou com ela. A menina contou que no dia da festa bebeu e usou drogas.
Menor: Não, não lembro de nada.
Produtor: Por que você não lembra?
Menor: Porque eu estava toda bêbada.
Produtor: E como ficou sabendo que fizeram seu vídeo?
Menor: Me mostraram.
Produtor: E, quando viu o vídeo, o que pensou?
Menor: Eu fiquei chorando. Chorei a noite toda.
Duas garotas dançam em um baile, na Zona Norte de São Paulo. No meio de uma roda, uma delas tira o short, depois, a blusa, e continua dançando enquanto a amiga, de 17 anos, registra com o celular.
Longe das festas, elas conversaram com a gente e contaram que estão sempre nos bailes. “Saio de terça a domingo. Só segunda para folgar. Vou nos bailes fechados e bailes abertos também”, conta a menor.
A amiga, que é maior de idade, disse que tirou a roupa em troca de uma garrafa de uísque. “Ele falou: ‘Eu duvido você tirar o short’. Eu falei: ‘Traz a garrafa’. Ele trouxe a garrafa e eu tirei o short. Depois continuei tirando o resto”, conta a amiga da menor.
A jovem também contou para a gente que a amiga dela não era a única menor de idade por ali. “[Tem] Criança usando droga, criança bebendo”, conta ela.
Muitos pais nem imaginam que as filhas adolescentes estão se drogando ou fazendo sexo nesses bailes, no meio da rua. A maioria nem mesmo sabe que as meninas frequentam os "fluxos" ou "pancadões", como são chamados os bailes funk na periferia de São Paulo. Quando eles dão boa noite e fecham a janela, é o sinal de que está na hora de começar a festa do lado de fora.
"Eu fugia de casa com minhas amigas todas. Nós a, dançava, bebia a noite inteira e quando dava 8 horas da manhã nós voltava", conta uma menor.
“E quando alguém fala assim: ‘Você não tem idade para isso’, você pensa o quê? Eu concordo com a pessoa. Eu não tenho idade para isso, mas eu quero curtir, quero curtir minha adolescência, não quero ficar em casa presa, entendeu? Você gostaria de ficar em casa só porque tem 13 anos?”, afirma outra menor.
“É claro que crianças e adolescentes têm direito à liberdade, têm direito à cultura, têm direito de se expressar, mas nós precisamos ter limites. Limites para evitar que essas crianças e adolescentes fiquem em uma situação de risco e fiquem expostos à violência, a crimes sexuais, a bebidas e a drogas”, alerta Ariel de Castro Alves, advogado especialista em direitos da criança e adolescente.
O Jornal da Globo conversou com Alexandre de Moraes, secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, para saber como a polícia está fazendo para impedir que traficantes controlem os bailes da periferia, promovam orgias e uso de drogas.
"A polícia faz o policiamento normal em todos os bailes funk. O que ocorre é que um mesmo baile funk, um mesmo pancadão, às vezes, 30, 40, 50 pessoas chamam por mesmo baile. Para se ter uma ideia nós temos por fim de semana em tornos de 400 chamadas", declara Alexandre de Moraes, secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo.
Uma mãe vive ligando para a polícia. É que tem um pancadão na rua da casa dela e a filha costuma ir para lá. Em uma dessas noites ela acordou com o telefone tocando. Era do hospital.
“Era duas e pouca da manhã, ela começou a ter convulsões. Ficou em coma alcoólico, como a mulher falou, né, drogada, só tendo convulsões, convulsões, convulsões. E ela não abria nem o olho. Só desmaiada. Quando ela abriu o olho, que ela me viu, ela só chorou. As lágrimas desciam do rosto dela porque a primeira pessoa que ela viu foi a mãe do lado dela. Ela, simplesmente, pegou na minha mão e falou: ‘Me perdoa’”, lembra mãe da menor.
Goris- Farrista Cheguei até aqui. Problem?
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Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
Goris escreveu:
“E quando alguém fala assim: ‘Você não tem idade para isso’, você pensa o quê? Eu concordo com a pessoa. Eu não tenho idade para isso, mas eu quero curtir, quero curtir minha adolescência, não quero ficar em casa presa, entendeu? Você gostaria de ficar em casa só porque tem 13 anos?”, afirma outra menor.
“Era duas e pouca da manhã, ela começou a ter convulsões. Ficou em coma alcoólico, como a mulher falou, né, drogada, só tendo convulsões, convulsões, convulsões. E ela não abria nem o olho. Só desmaiada. Quando ela abriu o olho, que ela me viu, ela só chorou. As lágrimas desciam do rosto dela porque a primeira pessoa que ela viu foi a mãe do lado dela. Ela, simplesmente, pegou na minha mão e falou: ‘Me perdoa’”, lembra mãe da menor.
[1] Quase todo mundo com essa idade pensa assim, mas em tempos passados pelo menos havia um certo respeito a alguma espécie de autoridade que detinha alguma espécie de saber sobre o que é o melhor para uma pessoa cujo entendimento ainda não foi agraciado pela maturidade.
[2] Em algum momento, "a ficha" cai.
Esse tipo de relato faz pensar sobre os costumes e sua evolução.
Será que todo tipo de progressismo é por si só um bem?
Será que todo tipo de conservadorismos é por si só um bem?
Pois é...
Aonde vamos parar?
Quero Café- Farrista "We are the Champions"
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Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
Todo progresso é bom.
Nem toda mudança é progresso.
Nem toda mudança é progresso.
Goris- Farrista Cheguei até aqui. Problem?
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Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
É.
Pode ser.
Boa distinção semântica.
Pode ser.
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Quero Café- Farrista "We are the Champions"
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Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
Esse filme sobre o tema é bastante interessante:
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ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
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Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
godofmetal17, post: 12711146, member: 187345 escreveu:Imagine que sua filha vai se casar. Engravidou do primeiro namorado, um rapaz mais velho que ela conheceu na vizinhança. Vai deixar de estudar por causa da gravidez e do marido. O jovem casal vai morar na casa dos pais dele. No entanto, ela só tem 12 anos.
O casamento de crianças e adolescentes brasileiros, como na situação narrada acima, é o tema da pesquisa , realizada pelo Instituto Promundo, ONG que desde 1997 estuda questões de gênero.
De acordo com o Censo 2010, pelo menos 88 mil meninos e meninas com idades de 10 a 14 anos estavam casados em todo o Brasil. Na faixa etária de 15 a 17 anos, são 567 mil.
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Cerca de 90 mil crianças de 10 a 14 anos são casados no Brasil, segundo Censo 2010
Foto: BBC
A partir dos dados do Censo, a equipe de pesquisadores - financiada pela Fundação Ford, com apoio da Plan International e da Universidade Federal do Pará (UFPA) - foi ao Pará e ao Maranhão, Estados onde o fenômeno do casamento infanto-juvenil é mais comum, e mergulhou no universo das adolescentes que tão cedo têm que se transformar em adultas.
Numa pesquisa qualitativa, foram entrevistadas 60 pessoas, entre garotas de 12 a 18 anos, seus maridos (todos com mais de 20 anos), seus parentes e funcionários da rede de proteção à infância e adolescência no Brasil.
A idade média das jovens entrevistadas foi de 15 anos; seus maridos são, em média, nove anos mais velhos.
Mas os pesquisadores descobriram que, no Brasil, o casamento de crianças e adolescentes é bem diferente dos arranjos ritualísticos existentes em países africanos e asiáticos, com jovens noivas prometidas pelas famílias em casamentos arranjados pelos parentes ou até mesmo forçados.
O que acontece no Brasil, por outro lado, é um fenômeno marcado pela informalidade, pela pobreza e pela repressão da sexualidade e da vontade femininas.
Normalmente os casamentos de jovens são informais (sem registro em cartório) e considerados consensuais, ou seja, de livre e espontânea vontade.
Naturalização
Entre os motivos para os casamentos, a coordenadora do levantamento, Alice Taylor, pesquisadora do Instituto Promundo, destaca a falta de perspectiva das jovens e o desejo de deixar a casa dos pais como forma de encontrar uma vida melhor.
Muitas fogem de abusos, escapam de ter de se prostituir e convivem de perto com a miséria e o uso de drogas. As entrevistas das jovens, transcritas no relatório final da pesquisa sob condição de anonimato, mostram um pouco do que elas enfrentam, como esta que diz ter saído de casa por causa do padrasto, que a maltratava.
"Porque eu tava entrando na minha adolescência, eu queria sair, eu queria curtir, queria andar (…). Eu me relacionei com ele, namorei com ele três meses, ele me convidou pra morar na casa dele, aí eu fui pra casa dele. Não gostava muito dele, eu só fui mesmo pelo fato de o meu padrasto (me maltratar), aí na convivência nossa ele (o marido) me fez aprender a gostar dele, e hoje eu sou louca por ele", conta uma das garotas.
A jovem casou-se aos 12 anos, grávida, com um homem de 19. No relatório, os pesquisadores afirmam que ela relatou ser abusada pelo padrasto, mas não fica claro o tipo de abuso.
Também em Belém, outra jovem entrevistada, que casou grávida aos 15 anos, diz que a mãe "achou por bem a gente se casar logo, pra não haver esses falatórios que ia haver realmente". O rapaz era cinco anos mais velho.
Em São Luís, uma das meninas mais novas entrevistadas relata que se casou aos 13 com um homem de 36 anos. E mostra a falta de perspectiva como fator fundamental para a decisão, ao dizer o que poderia acontecer caso não estivesse casada: "Acho que eu estaria quase no mesmo caminho que a minha irmã, que a minha irmã tá quase no caminho da prostituição".
A coordenadora da pesquisa de campo em Belém, Maria Lúcia Chaves Lima, professora da UFPA, disse que as entrevistadas falaram de modo natural sobre suas uniões conjugais, mesmo sendo tão precoces.
"É uma realidade naturalizada e pouco problematizada na nossa região", afirma.
Segundo Lima, a gravidez ainda é a grande motivadora do casamento na adolescência, e a união é vista como uma forma de controlar a sexualidade das meninas.
"A lógica é: 'melhor ser de só um do que de vários'. O casamento também aparece como forma de escapar de uma vida de limitações, seja econômica ou de liberdade", diz.
Legislação atrasada
O casamento infantil, reconhecido internacionalmente como uma violação aos direitos humanos, é definido pela Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança (CRC) – que o Brasil assinou e ratificou em 1990 – como uma união envolvendo pelo menos um cônjuge abaixo dos 18 anos.
No Brasil, acontece mais frequentemente a partir dos 12 anos, o que faz com que os pesquisadores definam o fenômeno como casamento na infância e na adolescência.
Segundo a pesquisa, estimativa do Unicef com dados de 2011 aponta que o Brasil ocupa o quarto lugar no mundo em números absolutos de mulheres casadas antes dos 15 anos: seriam 877 mil mulheres com idades entre 20 e 24 anos que disseram ter se casado antes dos 15 anos.
Mas essa estimativa exclui, por falta de dados, países como China, Bahrein, Irã, Israel, Kuait, Líbia, Omã, Catar, Arábia Saudita, Tunísia e os Emirados Árabes Unidos, entre outros.
De qualquer modo, os pesquisadores alertam para a falta de discussão sobre o tema no Brasil e a necessidade de mudanças na legislação. No Brasil, a idade legal para o casamento é estabelecida como 18 anos para homens e mulheres, com várias exceções listadas no Código Civil.
A primeira exceção — compartilhada por quase todos os países do mundo — permite o casamento com o consentimento de ambos os pais (ou com a autorização dos representantes legais) a partir dos 16 anos.
Outra exceção é que a menor pode se casar antes dos 16 anos em caso de gravidez. E a última, prevista no Código Civil, é que o casamento antes dos 16 anos também é permitido a fim de evitar a "imposição de pena criminal" em casos de estupro.
Na prática, essa exceção permite que um estuprador evite a punição ao se casar com a vítima.
Sonhos que envelhecem cedo
De acordo com as entrevistas e a análise dos pesquisadores, o que acontece, na maioria das vezes, é que, em vez de serem controladas pelos pais, as garotas passam a ser controladas pelos maridos. Qualquer sonho de escola ou trabalho envelhece cedo, na rotina de criar os filhos e se adequar às exigências do cônjuge.
O título da pesquisa, , vem de uma frase de um dos maridos entrevistados, de 19 anos, afirmando que a jovem mulher, de 14 anos, grávida à época do casamento, tinha de seguir sua orientação.
"Ela vai no sonho que eu pretendo pra mim, né? Ela vai seguindo… Acho que é uma desvantagem de a pessoa não ser bem estruturada, né? Geralmente cada um leva as suas escolhas, né? Mas por ela ser mais nova e eu ser mais velho, tipo assim, ela vai no meu barco", resume ele.
Casadas, as jovens muitas vezes enfraquecem seus laços de amizade, sua vida social e passam a se dedicar apenas ao marido e aos filhos. São alvo do controle e do ciúme dos maridos, e algumas relataram casos de violência.
"Queremos alertar que essa situação não é apenas restrita aos rincões do país. As entrevistas foram feitas em Belém e São Luís, o que mostra que é uma questão que ocorre nos centros urbanos", afirma Alice Taylor.
Goris- Farrista Cheguei até aqui. Problem?
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Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
É difícil comentar sobre isso.
Quero Café- Farrista "We are the Champions"
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Re: [Sexualidade e Paternidade] Pais e filhas - Vc culpa seus pais por tudo...
São os dois lados de uma abordagem que nossa sociedade tem feita de errada.
Crianças são crianças.
Tem que brincar, tem que estudar, tem que ter tempo de amadurecer para ter um futuro digno. Quando uma feminista ou um maluco qualquer coloca que essas crianças tem o "direito" de exercer sua sexualidade ou defende "culturas" como o funk, que incentivam essa sexualidade cada vez mais cedo, eles só enxergam até onde querem, que é o direito da pessoa e a opressão da sociedade. Aí, quando chegam essas consequencias, essa mesma pessoa não enxerga que o erro está em crianças exercendo esse direito, mas joga a culpa na sociedade, se eximindo de sua parte nela.
O resultado...
Crianças são crianças.
Tem que brincar, tem que estudar, tem que ter tempo de amadurecer para ter um futuro digno. Quando uma feminista ou um maluco qualquer coloca que essas crianças tem o "direito" de exercer sua sexualidade ou defende "culturas" como o funk, que incentivam essa sexualidade cada vez mais cedo, eles só enxergam até onde querem, que é o direito da pessoa e a opressão da sociedade. Aí, quando chegam essas consequencias, essa mesma pessoa não enxerga que o erro está em crianças exercendo esse direito, mas joga a culpa na sociedade, se eximindo de sua parte nela.
O resultado...
Goris- Farrista Cheguei até aqui. Problem?
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