Na Venezuela, governo subsidiará bonecas da Barbie em comemoração ao Natal

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Depois de subsidiar alimentos e combustíveis, a Venezuela também está subsidiando bonecas da Barbie. A iniciativa é parte do “Plano Feliz Natal”, que visa subsidiar diversos produtos comumente comprados como presentes durante as festividades de dezembro.

De acordo com o Nuevo Herald, a versão mais básica da boneca está custando 250 bolívares nas lojas, algo em torno de R$ 6,50 – ou um dia e meio de trabalho para um venezuelano que recebe o salário-mínimo. Já as versões mais caras podem chegar a custar 3.500 bolívares (cerca de R$91 ou 3 semanas de trabalho).

A decisão de subsidiar Barbies é controversa até mesmo dentro do governo: as bonecas que hoje Maduro prestigia e faz questão de facilitar o acesso ao povo eram duramente criticadas por Chávez, seu antecessor, que certa vez se referiu ao brinquedo como algo “tão estúpido que me dá nojo”. A boneca também é frequentemente acusada por grupos feministas de tentar reproduzir um padrão de beleza desnecessário e que tem criado uma obsessão por cirurgias plásticas e dietas. Para Maduro, porém, o mais importante é criar um Natal feliz, começando já no mês de novembro – uma medida parecida com a “antecipação” do Natal anunciada também em novembro, ano passado.

Segundo correspondentes da Associated Press, filas se formaram em frente as lojas assim que o novo preço das bonecas foi anunciado.

“É por sua culpa, [Maduro,] que estamos em meio a esse caos. Mas tenho que admitir que dessa vez estou me beneficiando do chavismo”, afirmava uma das compradoras, que levava uma boneca para sua filha 3 anos.

Antes do controle de preços, as Barbies precisavam ser trazidas dos Estados Unidos e custavam cerca de 19 dólares, um valor surreal para um venezuelano que recebe um salário-mínimo, devido a desvalorização do bolívar perante o dólar.

Além de bonecas, o Plano Feliz Natal também está subsidiando eletroeletrônicos, como TVs, computadores e refrigeradores nos armazéns estatais, 80% deles de produção nacional. Os venezuelanos que quiserem ser beneficiados pelo plano precisarão passar pelo sistema de biometria,  uma vez que os produtos ofertados são escassos. Segundo a ministra do comércio, Isabel Delgado, o objetivo do Plano é “criar um comércio justo, amável e estruturado, com a presença de pequenos produtores”, como alternativa ao “natal capitalista” que se resume, na visão do governo, em lucros e gastos desnecessários.

Barbie para as massas – pelo fim do capitalismo. Eis o lema do natal desse ano na Venezuela.

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