2014, a Copa do governo bêbado
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2014, a Copa do governo bêbado
Dilma foi à Fifa e acabou com as dúvidas sobre a Copa do Mundo: chova ou faça sol, está garantida ao Brasil uma boa ressaca em 2014.
Essa perspectiva segura foi muito bem recebida pelos brasileiros, um povo cordial que jamais renuncia à alegria e ao oba-oba, mesmo quando está sendo assaltado.
A preparação do país para a Copa vai muito bem, obrigado. As obras faraônicas para os estádios seguem as regras mais estritas das negociatas, devidamente avalizadas pelo dinheiro do contribuinte.
A grande novidade é que o torcedor brazuca, ao entrar no Maracanã ou no Itaquerão, vai poder encher a cara – e esquecer os quase 2 bilhões de reais que esses novos templos da esperteza lhes custaram.
Foi mesmo providencial o anúncio do ministro dos Esportes, Orlando Silva, sobre a revogação da Lei Seca nos estádios brasileiros durante a Copa. Ninguém suportaria assistir careta a tanto gol contra.
Tome mais uma dose e alcance a lógica do ministro:
A proibição de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol, determinada pelo Estatuto do Torcedor contra a epidemia de violência nas arquibancadas e nas ruas, pode ser suspensa porque “a Copa é especial”.
Orlando Silva explicou que essa regra de civilidade e segurança, há anos em vigor no Brasil, pode ser revista por causa dos “compromissos da FIFA com os patrocinadores”.
O ministro tem razão. O direito brasileiro termina onde começa o faturamento da Fifa.
Esse papo de soberania nacional soa bem em época de eleição – mas em época de Copa do Mundo não tem nada a ver. A Copa é especial.
Os que acham absurdo sujeitar as leis do país a uma marca de cerveja estão reclamando de barriga cheia. Se o patrocinador da Fifa fosse a Taurus, o ministro Orlando Silva também examinaria “com cuidado e naturalidade” a entrada de torcedores armados nos estádios.
E que não venham os estudantes protestar contra o roubo de seu direito à meia entrada na Copa. O governo brasileiro pode ser frouxo, mas felizmente também é incompetente: na falta de um sistema de transportes decente, decretará feriado nos dias dos jogos.
Os estudantes não têm do que reclamar.
Dilma e Orlando Silva poderiam estar matando, poderiam estar roubando, mas estão só rasgando as leis. Viva o governo ébrio.
De:
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Essa perspectiva segura foi muito bem recebida pelos brasileiros, um povo cordial que jamais renuncia à alegria e ao oba-oba, mesmo quando está sendo assaltado.
A preparação do país para a Copa vai muito bem, obrigado. As obras faraônicas para os estádios seguem as regras mais estritas das negociatas, devidamente avalizadas pelo dinheiro do contribuinte.
A grande novidade é que o torcedor brazuca, ao entrar no Maracanã ou no Itaquerão, vai poder encher a cara – e esquecer os quase 2 bilhões de reais que esses novos templos da esperteza lhes custaram.
Foi mesmo providencial o anúncio do ministro dos Esportes, Orlando Silva, sobre a revogação da Lei Seca nos estádios brasileiros durante a Copa. Ninguém suportaria assistir careta a tanto gol contra.
Tome mais uma dose e alcance a lógica do ministro:
A proibição de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol, determinada pelo Estatuto do Torcedor contra a epidemia de violência nas arquibancadas e nas ruas, pode ser suspensa porque “a Copa é especial”.
Orlando Silva explicou que essa regra de civilidade e segurança, há anos em vigor no Brasil, pode ser revista por causa dos “compromissos da FIFA com os patrocinadores”.
O ministro tem razão. O direito brasileiro termina onde começa o faturamento da Fifa.
Esse papo de soberania nacional soa bem em época de eleição – mas em época de Copa do Mundo não tem nada a ver. A Copa é especial.
Os que acham absurdo sujeitar as leis do país a uma marca de cerveja estão reclamando de barriga cheia. Se o patrocinador da Fifa fosse a Taurus, o ministro Orlando Silva também examinaria “com cuidado e naturalidade” a entrada de torcedores armados nos estádios.
E que não venham os estudantes protestar contra o roubo de seu direito à meia entrada na Copa. O governo brasileiro pode ser frouxo, mas felizmente também é incompetente: na falta de um sistema de transportes decente, decretará feriado nos dias dos jogos.
Os estudantes não têm do que reclamar.
Dilma e Orlando Silva poderiam estar matando, poderiam estar roubando, mas estão só rasgando as leis. Viva o governo ébrio.
De:
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ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Re: 2014, a Copa do governo bêbado
Todo poder à Fifa
Ricardo Carvalho
5 de outubro de 2011 às 10:56h
O artigo 33 da Lei Geral da Copa diz: os critérios para cancelamento, devolução e reembolso de ingressos para o Mundial de Futebol de 2014 serão definidos pela Fifa, a qual poderá dispor sobre a possibilidade de estabelecimento de cláusula penal no caso de desistência da aquisição da entrada.
“Isso significa que a entidade máxima do futebol ganha prerrogativas para colocar no contrato de adesão da compra uma cláusula penal, e não uma civil, como ocorre normalmente. Em caso de desistência da compra, por exemplo, a Fifa não só poderia cobrar uma multa como ganharua margem de interpretação para levar o comprador à prisão caso a multa não seja paga”.
A explicação é dada pelo advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Guilherme Varella, em referência a um dos muitos absurdos presentes no texto da Lei 2330/11, que literalmente dá a Fifa poderes excepcionais na exploração do evento esportivo e a exime de deveres e responsabilidades enquanto organizadora dos jogos. “Simplesmente não existe, numa relação de consumo fornecedor-consumidor, a prerrogativa penal. Essa norma tem um potencial significativo de inconstitucionalidade”, diz Varella.
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Ricardo Carvalho
5 de outubro de 2011 às 10:56h
O artigo 33 da Lei Geral da Copa diz: os critérios para cancelamento, devolução e reembolso de ingressos para o Mundial de Futebol de 2014 serão definidos pela Fifa, a qual poderá dispor sobre a possibilidade de estabelecimento de cláusula penal no caso de desistência da aquisição da entrada.
“Isso significa que a entidade máxima do futebol ganha prerrogativas para colocar no contrato de adesão da compra uma cláusula penal, e não uma civil, como ocorre normalmente. Em caso de desistência da compra, por exemplo, a Fifa não só poderia cobrar uma multa como ganharua margem de interpretação para levar o comprador à prisão caso a multa não seja paga”.
A explicação é dada pelo advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Guilherme Varella, em referência a um dos muitos absurdos presentes no texto da Lei 2330/11, que literalmente dá a Fifa poderes excepcionais na exploração do evento esportivo e a exime de deveres e responsabilidades enquanto organizadora dos jogos. “Simplesmente não existe, numa relação de consumo fornecedor-consumidor, a prerrogativa penal. Essa norma tem um potencial significativo de inconstitucionalidade”, diz Varella.
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ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Re: 2014, a Copa do governo bêbado
E viva o Brasil!
Zach- Farrista o que está acontecendo comigo?
- Mensagens : 1893
Data de inscrição : 17/07/2010
Localização : Entre a cadeira e o note
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